29.8.06

[...Lauro António...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF206127-01-02-16.mp3
{... há paixões que podem ser consumidas num exacto e determinado momento. Mas há as que perduram no tempo. Sim... também há paixões assim e ninguém sabe o que as motiva. As do António [por exemplo] são apresentadas em movimento. E se pudessemos rebobinar todas as nossas paixões?!... Eu sei bem o que faria. Voltaria a viver só e únicamente determinadas emoções. Quantas pausas e replay's anexaria a determinados frames desta vida! E não é isso que Lauro António faz? corta uma imagem num determinado momento para precisamente ali colar uma outra. E pode voltar a colar ainda uma outra imagem, no momento que define para dar lugar ainda a mais outra, e sucessivamente a muitas outras que certamente estão retidas no monopólio das suas emoções. Há paixões assim: o cinema. E é no movimento dessas imagens, tantas vezes cortadas e novamente recriadas que resulta a apresentação de um todo repleto de emoção. É exactamente por isso que as imagens são cortadas, contadas, faladas, cantadas, choradas e até fabricadas para perdurarem no tempo. Sim... há de facto filmes inesquecíveis!
A momentos cortados Lauro António apresenta:
http://lauroantonioapresenta.blogspot.com}

22.8.06

[...Dentro Mi Alma...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF224181-01-01-01.mp3
{... é o espaço de pausa calculada onde se dá a ordenação das formas e cores. É ainda o lugar, onde o tempo deixa de existir ou de ter a importancia que tem. E quando se procuram as formas e as cores não acontecem?!... Ninguém entra nem ninguém sai. O sol pode tombar em cada noite que cai, mas são tantas as noites que ali se passa sem o ver. Afinal, todos os laboratórios são espaços solitários. Por vezes, neste lugar, o silêncio é quebrado por breves momentos de euforia. É a pausa calculada, tão desejada para quem a quer abraçar. Dentro dele, os dias da semana deixam de ter a importancia que têm. Todos os dias, são dias de ordenação das formas, cores e estados de alma. Só ali, é possível construir um novo mundo, naquele já existente. E, sempre que as formas ganham cor, elas partem!... E nós ali ficamos, sempre no mesmo lugar. Entregues á pausa que nos envolve e desafia, a continuar quase como por teimosia, á procura da importância que as formas têm. Há quem o chame de lixeira, ao Atelier é claro!... Mas não. O atelier é um espaço quase sagrado, onde ninguém entra nem ninguém sai, à hora da pausa calculada. É ali que se fica... ou, é ali que nos deixamos pausadamente ficar.}

16.8.06

[...Nicolais Judelewicz...]

http://www.kenzo.com/kenzo_ah06/index.html
{... as imagens podem ter cor, ou não. Mas a música que as animará num ecrã, pode ou deve transcrever no seu todo, uma só e única sonoridade plástica. Se eu pudesse estar neste preciso momento em Paris... sei bem o que de novo lá faria! Mas, também ainda é cedo para questionar toda a composição sonora da próxima exposição. Afinal de contas, há ainda um ano para criar as imagens que irão mais tarde ser animadas em película. E, só depois disso tudo, é que todos os "acordes" sonoros são realizados. Se eu pudesse estar neste preciso momento em Paris, visitava Nicolais Judelewicz! Sómente se eu pudesse já lá estar... era exactamente o que faria.}

11.8.06

[...Emotione...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF229922-01-01-10.mp3
{... são as coisas simples que compõem a musicalidade da vida. E parece tão simples, esboçar uma partitura cheia de harmonia... Hoje, já é o tempo em que a humanidade perdeu o sentido da harmonia das coisas. Deve ser por isso que há tanto barulho no Mundo! Deve ser, exactamente também por isso, que é cada vez mais urgente procurar o silêncio das coisas. E há tanta emoção nas coisas simples que povoam a vida... e tu? porque não as vês?!... Poderia ser tão simples, abrandar todo esse impressionável ruído que comove a Humanidade. Se eu pudesse, diminuir todo esse desalento e dar mais silêncio ao Mundo, sei bem o que faria! Substituía as armas por pinceís, o som da guerra pelo recolhimento obrigatório ao silêncio, os noticiários informativos por programas educativos e, os políticos por soldados temporais de tonalidade afectiva itensa. Eis, a tela que esboça o quadro da vida! Ter liberdade para o sentir e viver... sem as pressas em encurtar, a importância que a vida tem. Jamais, será impossível imaginar a vida sem emoção.}

8.8.06

[...Refrigescere...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF230301-01-01-02.mp3
{... a água até pode ser transparente, incolor ou tomar a cor de um determinado pigmento que reside na nosssa memória, mas temos sempre a ideia que lhe fica sempre bem os tons de azul. Todas as memórias têm cores... por exemplo, tenho ainda em memória que Portugal é um País de cores diferentes e bem garridas, ladeado por um imenso azul. E desse imenso azul, se avista verde a Norte, um pouco de branco a Centro Norte, laranja amarelado a Centro Sul e azul esverdeado em todo o Sul. Hoje, até parece que há uma tendência para se esbater em todo ele, largas faixas em tons de carmim acastanhado. Vamos lá saber, o que motiva esta mudança? De facto há neste recente fenómeno cromático uma tendência nata em alterar-lhe as cores da memória! Não para desanimar ou afrouxar os animos, é mesmo porque não há nada melhor como um belo mergulho para elevar determinadas cotas de energia. A água até pode ser transparente e incolor, mas após se evaporar há sempre a esperança de que todas as cores retomem de novo o seu lugar. Esfriar, é sempre a palavra de ordem em tempos de grande calor.}

2.8.06

[...Portante/Portare...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF190296-01-02-01.mp3
{...levar, conduzir ou sustentar, são os caminhos que nos apontam para todas as portas que há no corredor da vida. E, são tantas as portas!... Porém, há muitas que deviam estar sempre fechadas. Mas, todas elas dão acesso a outros caminhos repletos de tantas outras portas cujo conteúdo é certamente sempre incógnito. Afinal, todas as portas são peças importantes no nosso caminho. Se fosse possível conhecer o conteúdo de todas elas... não sei ao certo como teriamos tempo para as abrir?!... O mistério da sua existência está no facto de sabermos que ao se abrir uma porta, a esta se juntam tantas outras mais... quantas as que sejam (em tempo real), possíveis de se avistar. Todos somos "portantes"... ou, tudo é "portante" de algo. Tudo se leva e se conduz a um ponto, ou a vários pontos localizáveis no misterioso corredor da vida. Quantas portas haverão exactamente no corredor da vida? Não sei. Mas, se soubesse quais as portas que dão acesso à calmaria das coisas que deviam povoar o Mundo, então seria bem mais fácil, percorrer este misterioso corredor... cuja a última porta a ser aberta, é certamente aquela que completa o nosso ciclo de vida.}