31.3.07

[...vibrations..]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF103803-01-01-01.mp3
{... a vida é como um tambor. vibra, vibra e volta a vibrar apenas pelo modo como a tocamos. são os detalhes que a vida tem... quando a vida é por bem vivida, e nos faz assim vibrar! eu vibro de vida, e tu não?!... se a vida não for escutada com toda a atenção... não é vida não é nada, é apenas uma ilusão. há quem não escute a alegria que a vida tem. há também quem nem toque na vida que a sua vida tem. há por isso também aqueles que ausentes de vida choram pela vida que outros têm. quantos mistérios há numa só vida, que apesar de toda ela ser sempre desconhecida, guarda até ao seu fim, o derradeiro desejo de ter ainda outra vida para ser vivida? sem espiritualidade, a vida passa despercebida. não é Deus que precisa de nós, mas somos nós que precisamos dele para completar todo esse mistério. é talvez por isso que são mais felizes, os que escutam com alegria todos os detalhes que a vida tem. olhar simplesmente para um tambor (mesmo sem lhe tocar), e ouvir todos os sons que ele tem... é o grande mistério da vida! saber ouvir e sentir todas as vibrações que o bom tambor da vida tem, é saber viver para além do dia em que uma parte de nós ficar por fim adormecida.}

22.3.07

[...la chanson des couleurs...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF141971-01-02-02.mp3
{... et voilá la chanson des couleurs. escuta!... há música em todas as cores. há prazeres solitários que são nossos. só nossos, mesmo que por breves instantes. há tanto prazer nesse prazer solitário que quase sempre nos devora, e nos joga para fora das outras coisas que a vida tem. escutar a musicalidade das cores, é também apagar tudo aquilo que está a mais em todas as coisas que nos rodeia. talvez por isso mesmo, os ateliers são lugares próprios de um Ser só. é-se só, porque há lugares impróprios para serem habitados por mais que um Ser. é lá que se ouve a musicalidade da água mesmo que esse lugar, seja um árido e longo deserto. por vezes, ausente de cor... só o branco do algodão quebra o silêncio do espaço. é aqui que um outro espaço é então criado - na transitoriedade das formas e dos gestos -, para que a dança das cores aconteça. la chanson des couleurs é por fim um ritmo abstracto. novos sons, dão lugar sucessivamente a outros sons que mais se parecem com a popular Polca. é neste Universo que a vida se torna mais vivível. sem a existência destes espaços impossíveis, seria inatingível escutar a musicalidade das cores. se eu pudesse escutar toda a musicalidade das cores... habitaria nesta nave para sempre... porque as cores neste espaço, dançam muito antes do tempo de nos sentirmos sós...}

9.3.07

[...In My Eye...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF251438-02-01-07.mp3
{... todo o desenho é complexo, vivido, reflexo, sentido... observado. todo desenho é ver e olhar. é rosto ou feição desenhada já por outra mão. olhar o desenho é redesenhar de novo. olhar, é o princípio do traço. traçar e voltar a traçar. dar contorno à volumetria, sombrear o planificado e selecionar tudo aquilo que não se quer ver. assim se apaga todo o desenho indesejado. basta não se querer ver para não se olhar todo e qualquer traço. simples não é?... tal como a vida, o desenho é complexo, vivido, sentido e observado. quando a olhamos... tudo é puramente reflexo de nós. afinal, a quantas mãos se desenha um simples traço? se fosse tão simples desenhar de uma só vez aquele traço que nunca se apaga... baixaria os pinceis por hoje se tivesse na cidade das tintas, sómente, porque o céu está demasiadamente azul e mais logo, as estrelas iluminarão o caminho que me levará de novo a ver o mar. voltar a olhar o mar... é mais do que desenhar nele todas as ondas que lhe pertencem... porque um desenho, também se ouve com saudade!...}