30.6.09

[... Box of Dreams: Wanders... ]

{... na casa dos sonhos, aberta a porta... divagamos. vimos rostos que não conhecemos e lugares desconhecidos. na casa dos sonhos... degrau a degrau, subimos a escadaria do sono. sentados já nos bancos dos jardins que só nas ruas dos sonhos existem: observamos como é maravilhoso o mundo! a vida. o universo. esquecidos de nós... sentamo-nos cansados no sono: à espera. sempre à espera que tombe em nós: o milagre de sonhar. sobrevoado o tecto do pensamento... despimos imagens e memórias!... nesse mágico instante, somos crepúsculo e cores musicadas na solidão da noite. na melodia do adormecer, surgem personagens que nos abraçam e nos levam de mãos dadas pela noite fora. é na escadaria do sono que divagamos. pintamos vidas e milagres que só lá acontecem. mágico lugar esse que nos leva até às estrelas mais longínquas. até onde só a alma consegue alcançar. ver. sentir. regressar... entrados no paraíso, sorrimos perdidos nas cores desconhecidas que até lá nos fizeram chegar. é no sonho que brincamos e rimos das leis que regem o jogo da vida. mergulhamos na fantasia e a imaginação leva-nos a tudo o que está escondido para além do nosso olhar. aberta a porta ao sono... há todo o tempo do mundo para sonhar! divagamos. vimos rostos que não esquecemos e lugares onde queremos regressar. há sonhos que se repetem e novos que acontecem... sempre que esquecidos de nós... abrimos a porta do sono. abandonado o corpo: ficamos à espera. à espera que a mágica hora aconteça e nos faça percorrer... todas as ruas da nossa imaginação. na casa dos sonhos, aberta a porta... vimos rostos, cores e lugares: divagamos livres de pensar!... }

[Maria João Pires & Ricardo Castro]

28.6.09

[... The Staircase of Sleep... ]

{... riscamos os céus de verde musgo... só para avistar a árvore mais alta de todos os sonhos. riscamos infinitos traços... para que nunca se escorregue na escadaria dos sonhos mais estranhos. se fosse fácil entrar de olhos abertos na janela do sono... debruçava nos desejados ramos do teu ser: mil cores ao adormecer. devagar. tudo muito devagar. suavemente. sem pressa de acordar do sonho que risca a vida. sem vento. sem som. sem lápis. sem memórias. sem tempo. sem mistério!... sem o tudo e o todo: apenas e só o céu!... percorridos desconhecidos lugares... entramos no sono que nos leva ao sonho e nos traz sempre de volta sem tempo para te pensar. novamente o sono. luz e sombra que o vento risca no pensamento: mil cores ao adormecer. o céu será sempre riscado a branco, cinza, azul, laranja, amarelo, magenta, negro, azul profundo... porque o céu nunca morre!... na escadaria do sono, riscamos vezes sem conta todos os sonhos... até que se esqueça também ele... e no seu todo... de tudo... de nós! degrau a degrau... no seu aparente vazio... há riscos desenhados que já nos sorriem de espanto: sonhamos?!... estranha escadaria é o sono... subida e descida constante... que alcançada vezes sem conta... nos liberta e completa o desejado retorno: à eterna viagem! o sono. o sonho. a vida. no seu todo... todas as noites voamos ausentes de nós. percorremos misteriosos universos. é nas suas margens que repousamos: lançados de desejo. adormecido o pensamento: semeamos ilusões. planeamos o futuro no presente e recordamos o passado num tempo que já não existe. degrau a degrau. sempre. subida e descida... com que todos os dias julgamos que sózinhos fazemos acontecer. suavemente. sem pressa. sem sorte ou morte... voamos mil vezes sem medo do fim. riscamos desejos no alto dos céus. desenhamos ramos no seu azul mais profundo... só para lá repousar e ficar. sentados no tempo... sem cair. o resto pouco importa! tudo o que é deixará por fim de ser. não há correria mais tranquila do que o sono. porque sempre que fechamos os olhos: acordamos no topo da sua árvore mais alta! riscada por nós e por ele. só para que o sono nos abraçe e adormeça. devagar. sem medo. suavemente... no verde musgo dos teus ramos... só para te pensar. sempre que paramos na escadaria dos sonhos ao anoitecer: inventamos mil cores sem saber. }

[Jan Garbarek & Keith Jarrett]

21.6.09

[... On the Roof of our Dreams...]

{... no telhado dos nossos sonhos... já cansados de tanto caminhar: paramos. sentados sobre o vazio que nos trouxe a este lugar... tudo é terra barro, canto chão. por vezes, no telhado dos nossos sonhos: trazemos cores pintadas de lugares desenhados em invisíveis papeís, esboçados na rota de cada voar. como é tão incerta esta viagem, que percorrida entre deus e o vento: nos faz sobrevoar tantos mares de desalento. saímos de nós. sentados no vazio, observamos tudo o que ficou para trás. surgem imagens conhecidas, reais, imaginárias, desconhecidas. afogadas as mágoas dos outros... pensamos em nós! é na algazárra desta vida que as cores nos falam. gritam imagens da vida no sono. diluidas todas ao mesmo tempo: sonhamos! recriamos da guerra dos homens... apenas e só: coloridos rostos em momentos de paz. saídos de nós: tudo é tão perfeito! entre deus, o vento e o céu... há para além do azul e das estrelas brancas da noite: secretos recantos que nos aguardam e amparam cada sonho até à próxima viagem!... todos os dias voamos sempre quando cansados ficamos de tanto caminhar! ainda tudo é da cor da terra barro... por enquanto! nesta incerta viagem... quis assim deus... que deste vôo viessem comigo... apenas pigmentos de azul e branco. só para que eu saiba que há mais terra barro e canto chão no céu do seu olhar. saídos de nós: somos apenas pó, pigmentos de várias cores, regresso e viagem constante. é por isso que deus fez do vento um sopro ausente de cor... da vida uma incógnita viagem... do sonho um lugar incerto. porque só ele sabe... que depois de adormecidos todos os sentidos... é deus que faz de nós: nascer sempre de novo!...}

[ Caetano Veloso ]


19.6.09

[ ... Safari en Ganadería Passanha: Terra Brava & Carlos Pegado en Alentejo-Portugal ... ]

{... em terras lusas há toiros bravos: pretos, castanhos, malhados de branco, ocre e pontualmente de dorso dourado. no caderno das memórias dos pintores... há tudo isso e muito mais... que só mesmo a paleta das cores pode modificar! em terras lusas há a tradição do toureio. no alentejo, entre as fronteiras do medo e a vizinha espanha... fizemos um safari para redesenhar: toiros bravos! no abrasador calor na ganadaria dos passanha... dentro de um carro campreste tipo jep, e a convite do empresário carlos pegado: percorremos medos escondidos de janelas abertas à aventura diária de diogo passanha. há vidas tão diferentes das nossas, que por vezes esquecemos nesta vida... a importância do "viver" que cada vida tem. por escolha, herança, tradição ou opcção, vivemos caminhos que por outros percorridos... são e desde logo: janela aberta ao nosso destino! em telas lusas há toiros bravos que se pintam de preto, castanho, azul, ocre, laranja, malhados de branco e pontualmente de dorso dourado. os toiros são por natureza tão bem desenhados, que nem o traço de picasso, ousou apagar nos seus quadros: a beleza de todas as suas linhas. há no fitar escondido de cada toiro: invisíveis mistérios que nenhum traço ou cor, conseguirá jamais captar o risco do seu olhar. desenhar toiros sem os ver de perto, é como pintar às cegas toda a sua grandiosidade. à medida que nos aproximamos e ficamos de frente aos majestosos toiros: o coração aperta e o jep torna-se pequeno para resguardar os nossos medos. afinal... só eu sentia medo! aberta a janela e vencido o medo: observamos as formas, o corpo, o olhar... só para sentir o movimento que há em cada um deles. no final de tudo isto... tudo é ou será: um grande mistério! assim fomos campo a dentro, entre as fronteiras do medo e a vizinha espanha... observar de perto os toiros dos passanha. há em terras lusas toiros bravos, que nas telas dos pintores já se pintam de todas as cores. há no alentejo... um portugal que por vezes é tão esquecido... deste nosso povo cheio de bravura e de orgulho: na sua/nossa secular tradição!... parabéns diogo passanha... obrigado: carlos pegado! }

[ Pablo Picasso - Bull ]

14.6.09

[... Boats of Colors: The Trip...]

{ ... goya, manet, van gog, romero, paula manzanares, morante, picasso e os touros. entre o eu e o mim: tudo é viagem! destino. cores. pensamento. perpétuo é o prazer de quem mergulha nos mares da criatividade. pintamos casas, barcos, toiros, arenas, personagens, vidas, sentimentos e todos os possiveis universos imaginários. todas as cores são musicadas entre a realidade e a fantasia... sempre que a vida nos transporta na sua imensa barca de tonalidades. olha-se o céu e as estrelas podem ser desenhadas a prata ou vermelho carmim. o que existirá em nós, que para além da razão... entre ver e olhar... sempre nos diferencia?!... somos entre os demais: navegados olhares! aqui, fazemos partir barcos rumo a paragens imaginárias que em recatados mares: ancoramos as nossas memórias. é bom saber que há quem rume sempre em direcção de novas ilhas. em cada porto seguro do nosso olhar... navegamos sempre sem destino. somos prazer perpétuo. azul profundo... sempre que mergulhamos nos mares da criatividade. olha-se o mar, o céu, a terra e partimos sempre da mesma forma: mergulhados de prazer! só mesmo o destino sabe desenhar o tempo que nos resta... para olhar tudo aquilo que ainda nos falta ver!... entre o céu e o mar, navegamos hoje: a bordo do santa maria manuela!}

[ Imagem: João Miguel Vieira ]

13.6.09

[ The colors of Fernando Pessoa and God ]

{... quais as cores de fernado pessoa... não sei! haviam tantas pessoas em pessoa que apesar de eu saber, que na psicologia as cores, cada uma delas tem o seu significado... em todas elas e em nenhuma - eu não o encontro. não o vejo. sinto! porque todos os pigmentos têm as suas próprias transparências e opacidades. cambiantes. ausências. solidão. sentimentos que numa imensidão de palavras, contam estórias e imagens escritas em folhas de papel. sem tela e sem tintas... o escritor pintou estados de alma. retratou nas suas palavras: os outros. quis ser diferente dos demais: viveu só. foi livro. poesia. pensamento. tudo e nada. ser diferente, é viver em silêncio. é viver em lugar incerto... é habitar todos os lugares e em nenhum ao mesmo tempo. lugar sagrado onde tudo o que se sente e se pensa... é e será sempre: casa do senhor Deus. hoje, no seu 119º aniversário, há um poema que marca todas as cores na paleta deste atelier. penso nele!... penso em Deus, nas cores e, no génio de fernando pessoa.} "Pensar em Deus é desobedecer a Deus,/ Porque Deus quis que o não conhecêssemos,/ Por isso se nos não mostrou.../ Sejamos simples e calmos,/ Como os regatos e as árvores,/ E Deus amar-nos-á fazendo de nós/ Belos como as árvores e os regatos,/ E dar-nos-á verdor na sua primavera,/ E um rio aonde ir ter quando acabemos!... Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos" de Fernando Pessoa."

[Bethania:Poema de Fernando Pessoa]

12.6.09

[ ...Terre Ombre Brûlée... ]

{... quando os mares se pintarem de ombre brûlée... não há chão na terra que não fique: verde perla. todas as serras e as montanhas se cobrirão de blanc zinc. o que restará do céu um dia... se de cada porta nele bem escondida... não se desvende em nós e uma vez por todas: o grande mistério dos ventos que sopram do extenso noir d'ivore!... quando os mares se pintarem de ombre brûlée... certamente que só a paleta das cores permanecerá viva. afogadas as memórias e invertidos os pigmentos desta vida: começaremos sempre tudo de novo. inventaremos a roda, o papel, a luz, a escrita, a música, a paixão, a dor, o medo, o cinema: o sonho! somos esboço vivo no lápis do tempo!... recriação. imaginação. breve passagem que a vontade preenche - tudo o que destoa e que ainda não se vê- no estranho noir d'ivoir dos céus. tudo o que daqui se avista: mudará por fim. nunca ficaremos sós, entre a verdade e a mentira de todas as cores perdidas. é exactamente por isso, que já se avistam novas praias d'or foncé... só para que mergulhemos de novo em novos mares: pintados a ombre brûlée!... somos lápis. cores. esboço. imaginação. recriação. tempo. terra verde perla que te espera... no deserto areal do meu pensamento.}

[ Wim Mertens ]

11.6.09

[... Na Toponímia do Ser ...]

{... nos arruamentos do ser... todas as estradas são sempre desiguais. há em todas as multidões: ocultos olhares que se cruzam em diferentes lugares. primeiro o traço. depois o risco. escolhido o sentido: a cor. novamente o traço. apagado o risco... as estradas de tons marcam o rosto de cada ser. formas despojadas de sentimentos cruzam-se no mesmo espaço. olhar, é um lugar inventado! arruada acima: o pensamento. olhar fixo. vago desejo pintado na desigualdade dos dias. escolhido o sentido... oculta-se-lhe sempre e, em cada risco: a multidão de arruamentos que tem cada ser. }

[ Sting - Englishman In New York ]

9.6.09

[...The Circle and the Risk of Eternity...]

{... tudo é redondo! estamos como a lua, a terra, o mar, o sonho, a vida, a sorte, o pensamento: o mundo! por mais voltas e voltas que se possam dar... daqui ... só o desconhecido universo nada nos diz. nada faz. sentados no nada: pensamos no risco que completa cada círculo. fechamos o traço. objectivamente e só para que no tempo... mais nada se passe... fora desse mesmo espaço. paramos o tempo!... inscritos também nós no papel... ficamos como a terra, a lua, o mar, a vida. sentados no vazio: no círculo suspenso. sómente... como todos os outros círculos que se avistam no céu. pensamos. será penas o sonho: um traço que se risca noutro tempo?! estamos redondamente certos... que por mais voltas que se possam dar... só mesmo o desconhecido universo: vive fora e dentro de todos os círculos fechados. nada dizem. nada fazem. nada pensam. aparentemente, são apenas como a terra vista do céu. riscados no espaço e em círculos perfeitos: fecham-se. nada dizem. nada fazem. coexistem invisiveis em todas as linhas que ao mesmo tempo se completam num único e só traço concêntrico. o que haverá depois disto tudo?!... se fora de cada círculo: todos os sonhos são desconexos. redondos. vontade infinita que animada pelo risco da vida: pretendemos alcançar a eternidade. }

[... BradMeldau... ]

5.6.09

[... The Duality Body and Spirit... ]

{... liberdade, é o único sonho que na realidade tanto nos faz correr nesta vida. é por ela que subimos as mais altas montanhas do nosso ser. sem ela não se vive. ficamos cegos. aprisionados a vontades alheias. até os reclusos de si próprios: correm!... sonham. saltam invisíveis sombras. rumam em sonhos, desejadas sortes que em direcção a novos horizontes: esperam voltar a descobrir o mistério da vida. todos nós abraçamos estradas solitárias. colinas sombrias. prados cheios de luz. somos, corrida desenfreada sempre à busca de novas cores. dos mágicos lugares que só o pensamento sabe avistar. ser livre... é sonhar que não se morre. nós nunca morremos porque vivemos sempre: entre o sonho e a realidade! nesse grande mistério, saímos do tempo e mergulhamos noutro universo: paralelo aquele que julgamos existir... dormimos! efectivamente nesta vida, temos sempre a esperança de suspender esta corrida para sempre. ser apenas como a liberdade: um sonho. ficar entre as montanhas e entre as serras que se aninham nos vales do sono. mergulhar nos mares. voltar às montanhas e no topo das serras, ficar para sempre como a liberdade: vivos!... somos tudo aquilo que anima o mundo à realidade. somos muito mais do que uma única e só corrida. somos pensamento vivo que perdura no tempo. semente e sentimentos. memórias. espera. esperança. fé! somos tudo aquilo do que depois de nós: dará lugar a novas corridas no tempo. }

[ Trem das Cores - Caetano Veloso ]

3.6.09

[... Areia Fora: Être-Texte & Luis Lima...]

{... nas mil pedras da estranha montanha que já só está desenhada nas memórias de outro lugar: pensamos nos amigos. guardamos imagens. palavras. o invisível. o sagrado. tudo isso... num lugar bem secreto no tempo. leio "areia fora" de luís lima. desejam-se as pedras que escondidas pelo mar recordam imaginários areais. vemos praias que nunca existiram. mas... é exactamente nesse lugar que se guardam as pessoas especiais. }
["Na praia sem água nem sol, sem noite, sem lua, areia fora. Olhos sem cor, intensamente molhados de tanto olhar. Presa nua desabrigada sem ervas altas, sem riscas na pelagem. Gamo. Vento sem som, volume sem superfície, a pele descarnada de sentimentos. Mãos brancas e abertas traçadas, na palma, riscadas a negro claro no pano dérmico moreno, panorama epidérmico, epirama panodérmico. Dar e dar e tornar a dar o que se não tem. Aumentar-se assim de desejo. No mar sem água, deserto imerso de ligeiros pelos aloirados nas dobras do corpo cheio na maré vaza. Memórias projectadas num futuro sem pretérito a pretexto da trama de duas sombras na terra clara. Jogo de perguntas sem respostas evenciais. Evento nos lábios traçado a lápis-lazuli. Evento boca na palavra em voz. Para nunca menos do que isto. Para nunca mais repetir sem lembrar o regresso de amar. Na serra larga sem fogo, sem rocha, sem pedra, sem chão. Elementos lacunares, hiatos narrativos em cachoeira. O fluxo nocturno dos sonhos que caem a pique e não sabem morrer, papagaios pintados à mão para espantar os espíritos trovosos das nuvens densas, húmidas, papagaios de canaviais que vivem e não sabem poisar, sem terra não podem correr, sem pernas não podem morrer. Água sem sal, doce como a nascente de uma vaga." ] in Luís Lima em:
http://ovirusdavida.blogspot.com

[ Sigur Rós - Sæglópur ]

1.6.09

[...Translation of Eternity and Colors... ]

{... há em todas as estradas: cores sombrias. fortes. transparências sobrepostas. densas. nos caminhos que nos levam às cores felizes... alegram-se as raízes que plantámos em infindáveis jardins de pano. todos os quadros são inventados! pintados. sonhados. escritos. desejados. há em todos eles o feitiço da viagem. o regresso e a partida. só as cores que trazemos na bagagem, comungam entre o céu e a terra: secretos olhares! esgotadas as cores... trocamos dissabores. pintadas as mil estradas no pano da nossa viagem: os quadros partem para sempre sem nunca regressarem ao mesmo lugar. que se alegrem as raízes das árvores, das flores, dos jardins plantados à beira mar que deixámos para trás ficar. vão os quadros... e ficamos nós. mergulhamos novamente no silencioso branco que apontará novos caminhos. nos prazeres que desafiam o destino há em todos eles: mil estradas pintadas de saudades. mas, só no branco de cada tela há o apelo ao novo risco. à renovação das linhas e das formas. só as cores que trazemos na bagagem é que perduram para sempre... o resto é tudo sombrio. há em todas as estradas que percorrem o céu, a terra e a tela: extensos jardins de memórias. tudo é incerto... até ao preciso momento em que os quadros determinam o seu fim. nos secretos olhares que há entre o céu e a tela: tudo é aparentemente um simples tecido pintado. tecidas as cores... eterna é e será sempre: a nossa viagem!... }

[ Leonard Cohen - Joan of Arc ]