28.5.08

[ Portas de X cores ]

{... no trilho da vida há portas de X cores. podemos estar de entrada ou de saída no grande arco da vida, que só a pedra não é consumida pela pressa que o tempo tem. na fogueira acesa das ideias, as arcadas do pensamento ganham sempre novas cores. neste antigo convento, há ainda tons que nos levam às memórias de outros tempos. desbotadas as cores, a alvenaria resiste ao traço do escultor: a textura e o tacto. não é só o barro que se molda!... sabes, é que na memória das cores, todos os nossos sentidos são activados. nas nervuras da pedra, projecto sempre quando lhe toco, um sentimento de partida. há em todas as portas X e tantas outras cores... se eu pudesse trazer a frontaria do que vejo, para o atelier que desejo, instalava-me neste jardim. estando eu aqui, de entrada ou saída, a única porta que vejo, leva-me sempre até 2010! chegadas as novas telas, não há arco nesta vida que me faça parar. e só o tempo é que destina, quando estarei eu de saída, deste jardim desbotado pela ausência do mar. talvez por isso, o céu se põe tão azul nesta serra. nascidos à porta de x cores, são os quadros que já trago na memória, mas que o tempo nunca mais os faz aqui chegar. de partida ou de chegada, não há cor que não nasça de novo, sempre que à porta do tempo for dia de um novo ciclo por fim se iniciar.]

26.5.08

[ Nas Telhas do meu Sono ]

{... abertos os olhos para o Mundo, tudo pode ser diferente ao acordar. mas as telhas... as telhas do tecto do meu sono, estão sempre abertas para o céu. quando o Mundo disperta, antes da luz se ajeitar lá no alto, a noite sempre se faz dia, e por vezes todo ele, se pinta de branco. nas noites em que o sono é mais leve, o céu está sempre à espreita. o Mundo ainda é Mundo entre os olhos que se abrem e se fecham de novo. não há rua que eu percorra no meu sono, que não venha dar a esta janela. na mágica paleta, dependurada no tecto deste quarto, todo o acordar se transforma. que mais poderei eu desejar, se nesta vida penso a pintar? se eu pudesse, todas as telhas desta casa seriam transparentes, e só dela se avistaria azul... quer do Mar ou do Céu... mas azul que sempre haja! abertos os olhos para o Mundo, tudo pode ser diferente ao acordar. mas as telhas... as telhas do tecto do meu sono, estão sempre abertas para o céu! sabes, é que não há branco na terra que gele toda a àgua, nem sono que se perca, e não saiba sempre aqui voltar.}

25.5.08

[ O Olhar de Bernardo Lobo ]

{... bernardo saraiva lobo, que para os amigos se chama Nika, é um dos melhores fotógrafos portugueses. cada imagem que regista através da sua câmara, é prova dada do seu talento como artista. quem assim confirma, são as diversas pessoas que já retratou para livros, revistas, catálogos, brochuras, e campanhas de publicidade. as suas fotos realizadas para artistas, políticos, actores, empresários, desportistas ou personalidades públicas: falam por si. bernardo lobo estudou em Inglaterra e nos Estados Unidos da América. actualmente faz diversos registos na área do desporto Náutico, sem nunca deixar de lado as suas tão marcantes fotos personalizadas de rosto. de barco, helicópetro, em cima de elevadas gruas, no interior do seu estúdio, no mar ou na terra... o seu porfolio é invejável. são muitos os pintores que o escolhem para o difícil registo fotográfico das Obras que vão expor, e para o tão famoso retrato personalizado. há no seu registo a preto e branco, o domínio perfeito entre a luminosidade e contraste, as formas e as linhas que constituem cada rosto. vive em frente ao Mar, rodeado pelas cores fortes da praia. no interior do seu estúdio repousa o pano preto que serve de cenário para as fotos do artista. os contactos vêm no site que ainda está em construção... quanto ao artista: subscrevo todo o seu talento! ]

23.5.08

Ser Exposto

{... a cor é uma manta que agasalha o que vai por dentro de cada Ser exposto. coberta a Alma, tudo o resto transparece. Ser exposto, é procurar novas roupagens. todas as palavras se podem pintar de novas cores e todos os territórios do Mundo são cobertos de panos pintados. os simbolos! quando pensamos nos agasalhos territoriais de cada Povo, observamos que todas as bandeiras são coloridas por mais que uma cor. quem pensou antes de nós em suas cores? se eu pudesse escolher as cores da minha bandeira... mudaria os pigmentos. gosto mais de azul, e o vermelho fica-lhe bem. e se um dia... todas as bandeiras renovarem a sua imagem? os símbolos são como os logotipos, e a Europa pintou-se de azul também! quando olhamos para uma bandeira, nunca pensamos donde aquelas cores vêem. o que pensava o artista até à sua escolha? conheço uma bandeira que nasceu por falta de outras cores na paleta do atelier. há também histórias assim. por vezes... é mesmo por falta de um pigmento que na arte final aprovada, é outra a cor apresentada. sabes quantos quadros são pintados pelas cores do fingimento?... são tantas as vezes que a cor falha, apenas porque ela não existe. já as palavras existem sempre. nunca é preciso ir à rua comprar litros ou kilos de letras. as palavras nunca ficam à espera. as palavras sempre acontecem no grande laboratório do pensamento. pintados os panos, ficamos sempre parados no vazio das palavras que nos fizeram alí chegar. não há cor sem texto, nem emoções sem sentimentos. em forma de quadro ou de livro: Ser exposto... é bandeira sagrada que agasalha a Alma.}

18.5.08

As Time Goes By

{... há gentes e agentes relatos e relatores assim. há sonhos perfeitos e vidas desfeitas, nas estórias sem fim. há também cores sem pigmentos no grande ecrã dos sentimentos. tudo é possível no cinema! sentados em frente duma parede branca é como se fica, quando se espera que tudo por si só se inicie. e as imagens surgem... ausentes ou transbordantes de cor. todas as superficies brancas têm as suas memórias. o que seria de nós, sem superfícies brancas? pensar a preto e branco é saber reproduzir todos os pigmentos que povoam o universo, através da imaginação de cada um. talvez não hajam cores perfeitas, mas filmes... sim! casa blanca leva-nos ao imaginário perfeito, onde as emoções e os sentimentos não são concretamente despovoados de cor. a preto e branco é o cenário que verei no Inverno que se aproxima, quando a agreste serra da minha nova aldeia, se cobrir toda ela de branco. no mistério das cores, dentro do atelier, todos os sentimentos são pintados a uma única só mão. a caminho da serra é uma viagem pintada, entre duas cidades que durante dois anos promete preencher todo o branco dos próximos dias.}

16.5.08

[ Tudo é Nada na Bagagem das Emoções...]

{... tudo empacotado e tudo é nada. porque tudo, é demasiado mais profundo do que o espaço que se leva na bagagem das emoções!... nesta viagem programada, não há mala que sirva para empacotar o que somos. sempre basta o essencial. é nessa procura do nada e do tudo que acontecerão as novas cores. não há viagens programadas na festa da criação. tudo acontece. o vazio percorre as ruas das ideias à procura do objecto e da matéria. no verde cambiante da nova floresta há mais cores do que podemos imaginar. o ar é mais puro... e aviva todo o universo. o que virá por fim nestas malas que partem? talvez, cidades imaginadas repletas de novos personagens. é numa aldeia desconhecida que no meio duma serra, aquela casa vai abrir janelas fechadas pelo tempo. revolvidos os papeís a aventura abre o tempo para que o tudo e o nada sempre aconteça. na mala, os pinceís aprontam a festa. faz tempo que a eforia da cor aguarda esta data. já está tudo empacotado e tudo é nada! porque tudo, é demasiado mais profundo do que o espaço que se leva na bagagem das emoções!...}

14.5.08

[ Os Incendiários da Felicidade ]

{... todas as palavras têm cor. tal como as aldeias e as cidades, todos os bairros têm na sua arquitectura, muitas e diversas cores. só mesmo os invejosos e os pobres queixosos da sorte alheia é que vivem ausentes de cor. há também gente assim: são os incendiários da felicidade! vivem embaciados pelo brilho dos outros e secam a alegria em todo seu redor. não sei realmente qual é a cor da inveja. talvez porque nunca isolei tal pigmento na grande paleta das cores. mas, nada aqui nos anima nesse triste manifesto das emoções. aqui tudo é pleno de cor e de emoção! neste lugar sagrado - o atelier -, não há tal sentimento. misturadas as cores, todas as palavras compõem o que cada um retrata na grande floresta do pensamento. há dor, alegria, eforia, tristeza, felicidade, compaixão, solidão... mas inveja não! sabes... neste país vivem cada vez mais pessoas ausentes de cor. há demasiados incendiários da felicidade por cada Km/2. secada a sua... procuram desbravar cores alheias. se não fossem as palavras, a sintonia cromática de todas as emoções, não seriamos um país de poetas. isolados do mundo, vamos tendo consciência como é necessário combater tais incendiários da felicidade. e porque hoje as boas notícias chegam em forma de palavras escritas, todo este espaço se enche de novas cores. não há maior força do que as cores da esperança. é por isso, que todas as florestas sempre se pintaram de verde!...}

11.5.08

[ Nova Serra o Novo Lugar ]

{... há pedaços de água na terra. janela que deixei para trás ficar. saudade imensa. só minha e daquele lugar. nova serra... que saudade levo de alguém. há em mim pedaços dessa gente. desenhada no céu que já não vejo, mas que sinto. nova serra, novo lugar. mata a sede meu desejo. nesta nova floresta sem mar. não te vejo. só te pinto. o que é feito de ti pedaço de água na terra, janela aberta para o luar. espelho deserto. final incerto. ninguém muda assim sem recado deixar. nova terra já te vejo. antes de tudo és serra, floresta virada de costas para o mar. há sempre pedaços de água na terra e janelas abertas na saudade de te encontar. nova serra, novo lugar. sem cor tudo é tão breve, e o tempo dói a passar. nova serra, novo lugar. traz contigo cores de terra e vem aqui morar. teia branca água sólida. antes de tudo és serra, floresta virada de costas para o mar.}

7.5.08

[ Os Anjos Também Choram ]

{... na vasta planície do pensamento. entre o céu e a terra. o sono inverte as cores em imagens desiguais. o medo, é memória sombra do que somos. será que os anjos também choram no abraço da vida? nem sei o que seria da vida, sem os anjos da boa memória. acordar do sono é como terminar um quadro. são momentos recortados, invertidos, desaparecidos, surgidos do nada e do tudo. sabes, os anjos também choram! quando acordei na vasta planície do pensamento, entre uma floresta que não pintei, e o vento que não escutei: havia um anjo que corria. corria na esperança de abraçar a sombra da vida. o céu era azul cobalto, e a terra toda ela branca. todos os sonhos são mudos. nunca lhes ouvi qualquer som. mas as imagens, ai as imagens... são todas elas pintadas de cores vivas. naquela planície, já só vejo e não sinto. pega-me na mão e leva-me de novo: ao sono. se eu pudesse lá voltar de novo, aquele anjo deixaria de chorar. pegava-lhe na mão e pintava-lhe a sombra perdida. se lá voltar, perco o medo. já não há céu negro que me faça esquecer as suas lágrimas. leva-me de novo até ele porque amanhã é dia de festejo. faço anos e gostaria de retocar a sombra da vida. por isso, corro à velocidade do vento. não vejo a hora em que a noite tombe. o céu pode ser de qualquer cor... mas, todas as sombras na terra, se unirão numa só. é que a vida vai ser hoje pintada de esperança pela mão de um anjo: o anjo da boa memória.]

5.5.08

[ A Caixa do Presente ]

{... tabuadas as cores no plástico canto do tempo: abrem-se os novos pinceís!... Maio, é tempo de empacotar o que vai ser o próximo ano. fecham-se caixas, e conferem-se outras tantas trazidas do ano que passou. por vezes há a sensação de não se saber ao certo, em que tempo está a caixa que nos traz ao presente. tudo se projecta ao sabor de futuras datas. antecipa-se o Inverno e retira-se o Verão aos dias. são as cores tabuadas num canto qualquer de uma outra nova cidade. as cidades também se inventam noutros lugares. saber qual o sentido de tudo isto... só mesmo depois de se ter descido, todos os seus possiveís degraus. será que haverá mais tempo para os contar? se eu pudesse... jamais dela se avistaria o chão. que importa se é verde, castanho ou amarelo pintado de cinza alcatrão? é exactamente para isso que servem os pinceís. dá-se-lhes a cor do dia e cada degrau ganha uma nova vida. tabuadas as cores no plástico canto do tempo: abrem-se os novos pinceís. tudo o que for saudade, virá nas memórias do tempo que já passou. e se por acaso essa cor prevalecer, a matéria não deixará de ganhar forma. não há cantos no tempo que as cores não deixem de pintar: o horizonte dos novos dias. }

2.5.08

[ Da Poesia à Música: Ana Vidal ]

{... Ana Vidal tem um Blog e um Site com o registo do seu trabalho. são letras de músicas e palavras editadas em livros. noutro dia em troca de palavras fui à FNAC comprar o novo CD de Luís Represas porque a música 9 - "o inventor de abraços"-, é de sua autoria. a poesia musicada é efectivamente, um nobre pigmento no universo das emoções. sabes, é que as cores também falam e cantam. para que servem as palavras no atelier dos dias, se todo o espaço é mudo de diálogo? é exactamente por isso que as cores conversam em silêncio. um quadro é um quadro, e um poema é um poema. só os poemas são cantados. nos acordes das cores... há também músicas inventadas na surdina dos pinceís. afinal, são as estradas das emoções que nos levam a esse lugar: ao complexo universo do sentir. é aí que por vezes, as palavras dão lugar às imagens e nunca ninguém sabe na realidade porque... a cor sempre acontece. o que seria da vida, sem os pigmentos das emoções? o mundo deixaria de ter interesse, e o Ser não seria mais do que um solitário deserto.

1.5.08

[ Comentários:Perdidos & Achados ]

{...na renovação da página deste Blog... todos os Comentários desapareceram. iniciado em 2005, é a segunda actualização realizada e a segunda vez que assim acontece! espero recuperar os vários endereços e anexar os Link's de todos aqueles que têm acompanhado as viagens a este Universo das cores... e do tempo fragmentado onde tem sido realizada a preparação de alguns eventos. a "Cidade das Tintas", tem sido instalada em diversos lugares de Portugal. de Lisboa ao Alentejo, e agora a caminho de uma Serra... espero conseguir repor brevemente, todos os endereços daqueles que têm escrito neste blog e de certo modo contribuído no grande universo onde este Atelier acontece: entre as cores e as palavras. agora, sem recados anotados e de correspondência perdida... tentarei procurar nos Perdidos & Achados deste sistema... o que fazer?!... }