4.7.09

[...Hands Step by Paint:Morning Glory...]

{... passo as mãos pelas cores... e surgem as angústias do tempo. a ausência das cores e do movimento no tempo. é que pensar o risco que cada traço na sua cor tem... faz de cada quadro... tudo aquilo a que se chama: obra. entre serras cerradas caminhámos nas ruas escuras de outros passados... que de nosso nada tinha... mas... que a bom jeito: nos fez pintar um único quadro direito! abrimos janelas e hasteamos bandeiras em terras de pedra. teimosia. fantasia. destino. abrigo solitário que não nos quis nessa cruz. lançandos à sorte... mudamos de rota. fechamos a porta a todos os rostos desconhecidos e regressamos à procura do nascer do sol em terras mais planas. fantasia. destino. abrigo solitário onde hasteamos outrora seguras bandeiras. passo as mãos pelas cores... e surgem angústias de não ter tido tempo para pensar cada quadro que completa tudo aquilo a que chamam: obra. entre serras cerradas e na casa onde se rezaram mil rosários... quis Deus brincar comigo e por destino... fazer do meu caminho: um regresso tranquilo. já não sei se sei: brincar nos jardins da insónia... nem tão pouco se ainda sei pintar as sortes ou as mortes que só o céu... sabe desenhar nas nuvens e nas estrelas que brindam ao sol que anoitece em mim. passo as mãos pelas cores e sei que não tive tempo para te pensar. na alta serra... desenhámos tristezas e guerras antigas. conhecemos gentes amigas e almas estranhas ao nosso olhar. passo as mãos pelas cores... e o sonho chama de novo por mim. partimos sempre por fim... sem tempo para te pensar. sei que é tempo de regressar ao sol que nos acorda da serra mais alta do teu altar. passo as mãos pelas cores e o tempo vence a angústia de tudo o que nos faz pensar em ti: aqui ou noutro lugar. }

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