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{...dizem... que o alentejo é deserto. dizem... que as árvores são sempre verdes. dizem...tanta coisa os que desertos de ver... apenas o dizem...por dizer. é o que dizem!... e dizem tanto mais sem nada saber. ora eu se soubesse que há verde alentejo muito antes de se tornar amarelo, ou todo tingido de rouxo!?... o que dirão então sem o ver?... também nada posso dizer porque estou longe da cidade das tintas faz tempo. nunca isolei a cor exacta que corresponde ao estado - ausente! se ausente tem cor?nunca será amarelo nem as cores quentes! tudo o que está longe só pode ter a cor verde. verde esperança, ou verde mais escuro, conforme a distância nos separar desse lugar. para já, pode ser verde tal como o vi pouco antes de partir. que esteja então verde alentejo, porque de verde o deixei. e dizer por dizer, ainda o quero ver todo pintado de rouxo amarelado. se eu pudesse pintava a cidade de tintas de verde alface, nem escuro nem claro. bem peço aos céus que não fique eu verde por falta de tempo! bem apressada estou no tempo das cores que vão ser riscadas em ritmo abstracto no algodão que ainda espera. e o que dizem aqui?!... é que já está tudo quase a metade de pronto! verde de ausente e amarela de panico, faço já as malas antes de dizer ao algodão em falta que está ainda todo ele, tranquilamente pintado de branco!...}