31.8.08

[...Virados para o Céu: Somos...]

[ ...virados para o céu. nos requebros da morte. somos estátuas vivas. mudas palavras adensão o ar. segredos. emoções. promessas. pecados em sublimação. dúvidas. horrores do Ser. há em todos os lugares sagrados, ouvintes de desculpas. virados para o céu, em exercício de inquietude e paixão. parados no tempo. sempre à espera. da luz que ilumina o novo tempo. ]

28.8.08

[ ...Na Intemporalidade dos Sonhos... ]

[... no tecto do sono chegamos ao céu! é assim que acordamos todos os dias no romper da vida. o que seria do céu sem nuvens e o sono sem as silenciosas viagens ao grande mundo dos sonhos? à descoberta do outro espaço que nos anima para a vida, é a grande viagem que todos nós obrigatóriamente fazemos todas as noites. alguns, motivados pela capacidade criadora, vivem momentos de ilusões e até anseios trazidos de outras vidas. quanto misterioso é o mundo dos sonhos! uns dizem que se viaja... até aos confins do universo. outros, dizem que racionalmente pensando, o sono é cientificamente considerado: um mero estado alucinatório. o que se passa exactamente nunca saberemos ao certo. apenas sabemos que estaremos sempre condenados a dedicar muitas das nossas horas ao tão delicado estado que é efectivamente sonhar! e porque sonhamos sempre que a nossa grande viagem se realize aos céus, hoje em cores de dança: o azul é Rei em verde esperança nos próximos dias porque já sonhamos faz tempo. afinal, não seremos sómente todos nós, voantes passageiros na intemporalidade dos sonhos?!... hoje o dia se fez assim.]

22.8.08

[...Nightmare...]

[... é durante a noite que reunidos os estados de ânimo e das emoções, o sono leva-nos ao sublime mundo dos sonhos. sombreados os movimentos, os corpos inertes, marejam uma outra vida. é então que exoberantes momentos acontecem, a cores ou isoladamente a preto e branco. há certamente, infindáveis novos universos que nos aguardam desde sempre sem revelarem ao certo, se vamos a todo o lado ou a lado nenhum. é esse o grande segredo que a nossa mente preserva para além do tempo: o corpo e o espaço em sonhos que acontecem ou não. ideias, cores, personagens, realidades ou ficção - vida!... acordar penosamente durante um sonho é sempre uma passagem de auto-reorganização no tempo e no espaço. é saber voltar a identificar tudo o que nos rodeia e retomar a escala no tempo. despertar no meio do sono, traz-nos memórias que não sendo talvez nossas nunca deixam de ser vividas num outro qualquer espaço físico. é nesse mágico universo que "nightmare" acontece! ]

20.8.08

[...De regresso às serras do mar!...]

[ de regresso às serras do mar, longe da aldeia do campo que alberga o laboratório das novas cores... o tejo traz-me por fim ao atlântico. no mar, há misteriosas serras que espreguiçam ente perfumados silêncios. como é analgésica a musicalidade destas águas! metamofórico canto este, que me traz sempre a esta praia. dependendo da escala... tudo fica acidentalmente grandioso. é nas zangarias da terra com a monotonia dos dias, que por vezes, das entranhas do grande azul do mar, nascem a uma velocidade estonteante - novas ilhas pintadas de vermelho fogo. entangindo o carmim, o frio azul da água, pinta a nova matéria de negro. cinzelados os seus segredos, será que o mar suspende do seu enigmático vazio: o mistério da nossa existência? que mais segregará na vastidão... desse frio transparente, que de azul esverdeado, cobre de negro todos os dias, o espelho do inatingível crepúsculo. de regresso às serras do mar, longe da aldeia do campo... o tejo traz-me por fim... a esta praia do atlântico. ]

6.8.08

[ ... Entre Torres e Planícies: O Mar!...]

[ todas as torres se erguem em paços, por passos dados e acertados do Ser. tempos apontados em pedras que enfrentam as histórias dos que não sabem se erguer em novas caminhadas. o céu, é a chave mais misteriosa das águas azuis por nós já navegadas. donde vim, é para onde vou. estar aqui e poder viver em serras, planícies e cidades de portugal: é sorte abençoada pelos ponteiros que rezam outros ares. viajar com a cidade das tintas, entre torres e planícies, é saber também aqui: escutar o mar. pinto-te de longue. apenas de memória. porque ser pintor é ver sem olhar. é sentir. é saber redesenhar o desconhecido lugar, que nos traz novo chão. é olhar à volta e descobrir novamente o céu. é saber que donde vim é para onde vou. sorte esta em que só oiço, sinto, pinto e já não vejo, cansada de tanto te olhar. tudo aqui é pedra! eleita serra que pinta o mar sem água, em desenhadas saudades de te abraçar. navegadas essas longas horas, será finalmente tempo de partir de novo. depois as imensas telas e o fim. que seja logo, tempo de partir, rumo à cidade, onde te poderei de novo avistar.]