9.12.06

[...Catedrais do Silêncio...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF238522-01-01-14.mp3
{... se eu pudesse. se tu pudesses dizer... como se ilumina a hora do vazio das almas... pedir-te-ia oh Deus, que nunca te ausentes da luz que nos leva a ti. Só se eu pudesse, saber ao certo como será o depois... mas, mesmo antes de o saber, preciso do silêncio das Catedrais! Ser crente... é aceitar que existe algo mais, além daquilo que os nossos olhos veêm. Não só basta olhar. É preciso ver, todas as outras coisas que são inexplicáveis, neste infindável desejo em saber ao certo como será o depois num novo dia. As dúvidas, essas eternas dúvidas, se diluem quando entro nas Catedrais de culto. Dentro delas, encontro um silêncio único que me projecta para além de todas as coisas num diálogo a dois. Falar com Deus, não é mais do que acreditar que não estamos sós. Nesse exercício diário da mente e do espírito, todas as coisas que habitam o Mundo ganham outros significados. É talvez, nessa urgente vontade de saciar a sede da espiritualidade, que reside a preocupação de saber o que vem antes e o que virá depois de nós próprios. E tu, sabes, como será?... Eu creio que é exactamente por isso que a humanidade construiu as Catedrais do Silêncio.}

28.11.06

[...além do tejo...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF207027-01-03-03.mp3
{... além do tejo, muito mais além... é para onde vou. É mais além, do sitío para onde vou, que há muitos mais segredos. Todos os segredos ficam sempre muito mais além donde estamos. No além, há sempre o muito, o bastante, o completo... a chave! É nessa intensa procura que me encontro. E sempre que me procuro... encontro esse momento: partir. Sortudos daqueles que podem partir: tejo abaixo - tejo acima. Nesse além que procuro, há momentos em que o tejo deixa de existir!... Este quê de deserto, no inverno, é coberto de pequenos charcos. Mas muito mais além, todo o amarelo da planície, ganha novos tons e novos cheiros. Para quê procurar mais do que há além do tejo? Há tantos segredos nestas gentes! Se eu pudesse, procurar mais do que encontro no deserto destas planícies, ficaria aqui para sempre. Voltar a partir, só mesmo para desconstruir tudo aquilo que se vai revelando, entre o muito, o bastante e o quase completo do segredo que procuro. Viver todos os dias no campo, é descobrir um novo relógio do tempo onde, a contagem decrescente é feita através das cores que nos circundam. E o tempo passa. O tempo, amplia o espectro das nossas vidas. Aqui, o tempo é mais verde, mais azul, mais amarelo, mais ocre... todo envolto de cheiros e sons que jamais se encontra, no ruído urbano do cinzento harmonioso do betão. Se eu pudesse, ficaria muito mais tempo do que o previsto, em terras do além do tejo!...}

22.11.06

[...fascinatore...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF219997-01-01-11.mp3
{... nunca saberei ao certo porque existem fascínios assim. Porque existem? Não sei. Mas não é exactamente isso que motiva os seduzidos pelo amor? O fascínio do outro que nos cerca e por vezes alucina. É isso o que sente quem ama. Há sempre quem se deixe dominar pelo amor. Quando existe, é uma espécie de fartura dos sentidos. Há quem diga que para haver amor há sempre sofrimento. Também não sei se na realidade deva ser sempre assim... Nos tempos de hoje e, na grande parte das vezes, parece que o encantamento se esfuma no interior do ser humano. Hoje, talvez porque hoje, já nem se sente o que se ama. Hoje, talvez porque meramente hoje, já não se morre por amor. Hoje, talvez porque hoje... já não se acredita, que seja possível amar sem se ser amado. Mas hoje, nos dias de hoje, há ainda quem se deixe encantar por apenas um único feitiço. Exactamente... porque nos dias de hoje é isso o que sente quem ama: fascinatione!}

14.11.06

Lourenço de Almada

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF206127-01-02-08.mp3
{da razão às coisas do espírito!... é o diálogo constante que nos afasta ou aproxima a determinadas manifestações sensitivas. Estar-lhes alheio é o modo mais simplista de percorrer esta caminhada. Há quem se centre apenas nas coisas que habitam o universo da razão. Talvez, porque seja esta a forma mais simples para decifrar os significados das coisas. Estar atento às coisas do espírito é como descobrir um novo mundo. Criada esta linguagem sensitiva, tudo o que nos rodeia, ganha assim outros novos contornos. Esta é uma opcção de vida à qual muitos se entregam. Lourenço de Almada é um peregrino dos Caminhos de Santiago. Editato o livro das suas viagens a Santiago, Lourenço de Almada, parte em busca de imagens que falam por si. Estar atento aos sinais das coisas, é acreditar que a vida tem muitos mais mistérios por desvendar. Afinal, a espiritualidade das coisas está ao alcançe de todos aqueles que a procuram. Saber voar no imenso céu da vida, só não é possível a quem se nega em descobrir, a sua própria espiritualidade. Saber voar... entre as coisas que povoam a razão e o espirito, é o diálogo contante que nos afasta e aproxima de todas as manifestações que povoam o nosso tão vasto Universo.}

10.11.06

[...As Pontes do EU...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF234720-01-01-02.mp3
{... inúmeras são as pontes que nos conduzem ao complexo lugar do EU. Estimuladas pela diversidade dos sentidos, todas as pontes são construídas para dar governo às complexas manobras da vida. Há também pontes mais frágeis, distantes, e até mesmo invisíveis. Mas, são as pontes imaginárias que nos levam ao lugar do EU. Pespontar estas construções é o jogo diário da nossa sobrevivência. Afinal, não somos todos nós, os grandes desenhadores dessas mesmas pontes? Desenhadores... porque nem todas elas são projectáveis. Se todas elas fossem realizáveis, como seria bem diferente o amparo dos nossos dias! Abandonadas as diversidades dos seus sentidos, todas as pontes nos conduzem a diferentes outros lugares. Porem, é na sua sábia atravessia que o misterioso futuro sempre se projecta. Deve ser exactamente por isso que todas as pontes são mudas!...}

4.11.06

[...Détailler...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF242026-01-01-05.mp3
{... isolar um detalhe, é redescobrir a origem do seu todo. Deve ser por isso que a vida está repleta de particularidades. Pensar no seu todo é pensar também em todos os seus detalhes. Sem esse indecifrável universo, a origem das coisas deixaria de ter interesse. Talvez por isso há vidas menos interessantes, apesar de nunca sabermos ao certo o que determina tal motivação. Tal como os espaços, as vidas também são reorganizáveis... basta exercitar o isolamento em todos os seus detalhes, para que se inicie a sua reorganização. E tudo parece tão simples. Apagar, isolar e projectar tudo de novo! Não seria bem mais fácil, se as vidas fossem detalhadas, tal como nas superfícies onde se esboça apenas o conclusivo? bastaria isolar o pretendido, e projectar só o desejável. E depois? depois... apagar-se-ia tudo aquilo que nos é absolutamente desnecessário. Afinal, não é esse o mistério da própria vida?...}

29.10.06

[...Circulare in Circulu...]

http://www.dmns.org/video/blackHolesBB.wmv
{... rodear em mão as variáveis do círculo é transitar o seu próprio movimento. Tudo aquilo que existe é circulante. Só o que é desprovido de movimento é que não circula. E tudo aquilo que não circula, está condenado desde logo ao próprio movimento do Mundo. Talvez seja por isso que a sua forma é redonda. Se todos os planetas que habitam no espaço são redondos, não será o próprio Universo uma circunsferência? Uma grande e escura circunsferência, que para uns veio do senhor nada - o deus do acaso -, e para outros é obra de um só Deus: o eterno unificador. Mas seja qual for o seu Deus criador, a vida não é mais do que uma sucessão de fenómenos periódicos. Eis a cordenada constante, na qual tudo gira e, tudo se move em perfeita comunhão: o círculo. Se fosse possível mudar de trajectória, sem erros de raciocínio, gostaria de ser projectada ao ponto mais equidistante do centro deste imenso círculo, para contemplar todas as suas variáveis. Talvez seja esse, o tal ponto de reposta para tantos outros segredos. E como um segredo se sacia de outro segredo... só nos resta mesmo é circunvoar todos os "blackholes", até que todo o movimento circunferencial se esvaneça.}

25.10.06

...Nunqua[m]...

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF239855-01-01-10.mp3
{... nunca, é um lugar aconchegado! É o lugar onde a pausa temporária nos aproxima aos alçados do futuro. Nesse lugar, podemos alcançar todas as coisas que nos parecem distantes. Hoje, aconcheguei-me no sotão onde repousam todas as minhas memórias futuras. E, é nesse aconchego que todas as memórias podem ou devem ser visionadas. Como é interessante observar as diferentes texturas, do presente e do passado, para se esboçar o argumento final. Se pudesse editar as imagens do meu próprio futuro, sei bem o que faria! Projectar o futuro é como pintar um quadro. Nunca se sabe ao certo quando este fica realmente terminado. Ir ao encontro do imprevisível é dar continuidade a que um determinado sonho aconteça. Sonhar que aconteça algo nos próximos dias é aguardar o chegar das coisas... ou por outra, é nunca se deixar ficar interminavelmente em tempo algum. Se o futuro não fosse projectável, como é que o presente alcançaria todas as coisas que nos parecem distantes? Fará sentido dizer-se que nunca, é um lugar aconchegado? Não sei, mas de tempos a tempos: sabe bem!}

20.10.06

[... Carminer...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF236734-01-01-11.mp3
{...hoje, pensei esbater memórias, num atelier a dois tons. Hoje, pensei em ti. Hoje, apenas hoje, pensei no carmíneo do Mundo. Se pudesse ver o Mundo a dois tons, não sei qual a cor que escolheria para tingir tudo o que nele há de contraditório. Assim à memória? Talvez, vermelho brilhante!... Porque, há sempre dois tons, dois caminhos, duas faces ou duas escolhas para um mesmo e único fim.
Hoje, resolvi carminar todas as minhas memórias!
Tingir memórias é como reanimar o que já estava esquecido. E, não querer recordar certas memórias, é dar brilho ao opaco em toda a sua cor. Seria tão fácil, se pudessemos, lhes retirar simplesmente uma determinada cor e dar a coisa como terminada... Ou então, dar a cada cor uma nova memória. Mas, como todas as memórias têm cor, é preciso saber como extrair as suas substâncias emocionais, das novas sustâncias tinturiais. Tentar esbater o contraditório das guerras que povoam o Mundo, é como tingir toda a sua substância viva em carmesim.}

17.10.06

[...Aggasaliare...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF233255-01-01-11.mp3
{... na maior parte das vezes basta um gesto! Na maior parte das vezes, há falta de tempo para arrecadar gestos tão simples. Na grande parte das vezes, só na grande parte das vezes, não se fica ausente a um apelo tão simples. Há apelos mudos esbatidos no cinzentismo alheio. Há ainda, apelos surdos à sua possível hospedagem... Na maior parte das vezes, é mais fácil agasalhar do que ser agasalhado. Recolhido o abraço, o gesto nem sempre perde todo o seu rigor de acolhimento. Talvez por isso, há quem ande sempre resguardado dos gestos simples. Afinal, na maior parte das vezes, tanta coisa acontece num só simples gesto.}

11.10.06

[...Ante - Pecattu...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF181900-01-01-02.mp3
{... antes do o ser, o pecado também se liberta. Há pecados desiguais, mas todos eles nos levam sempre, ou quase sempre, ao mesmo sentimento de culpa. Fechar os olhos perante os pecados que há no Mundo, não é mais do que aceitarmos viver em constante sentimento de culpa. Falar de pecado, é pois, a grande viagem que realizamos ao interior de nós próprios. Dos pecados universais aos mortais, há ainda aqueles que nunca passam concretamente à acção, apesar de terem existido em pensamento. Será que só o pecado que se concretiza, é na realidade pecado? Há também pecados assim... Afinal, a mordedura do pecado atinge todos nós. Talvez por isso se diz que pecar é humano. Estruturar pictóricamente a culpabilidade do pecado é estar também vulnerável a esse sentimento. Por isso, há sempre mais do que um rosto: o Eu e o Mim. Então, representar o rosto do pecado, é repensar sempre na sua mais urgente libertação. Porque existem vários momentos assim, há cá um quadro destes desejando-se libertar em novas paredes. Se eu pudesse, era hoje que eu o vendia!}

6.10.06

[...Há Lá...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF231632-01-01-11.mp3
{... há lá! Também há lá um quadro assim. Neste convento em plena Serra d'Ossa, no interior da sala dos paços perdidos, oiço o vento quando o observo.
Se o vento tivesse cor, aqui nesta serra, o vento poderia ser ainda mais azul, tal como o vejo neste quadro. Afinal, o vento também vai de partida, ao se cansar na chegada. Nunca entendi quem sopra o vento... para onde vai e donde vem. Se pudesse ir com ele, daria hoje a volta ao Mundo. Dizem que lá de cima, se vê uma enorme mancha azul.... Há lá em cima tanta coisa que deve ser bem difícil, registar numa só vez todo o seu movimento. Nunca saberei ao certo, o que há lá exactamente... Repensar o movimento do vento, é como articular o destino, em múltiplas partidas e chegadas que convergem sempre para um mesmo lugar. Se calhar, é isso que oiço quando o observo. Que cor terá exactamente o vento? Não sei. Mas, em salas de cores perdidas há lá sempre paços reencontrados.}

29.9.06

[...entitate / luce...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF213564-02-01-05.mp3
{... na sua essência a luz é uma entidade viva. É fluxo radiante que ilumina todas as superfícies. E todas elas, das mais saturadas às mais ausentes de cor, se transformam e adquirem a sua personalidade própria. Sem esta entidade o mundo seria outro mundo, ou talvez seja este Mundo um simples recanto de activação da memória do que foi em tempos todo o restante Universo: cheio de luz!... E se a luz se apagar um dia, como evoluirá a nossa capacidade de abstração neste Mundo? É talvez este, o último segredo da nossa existência. Há porém, quem acredite que a luz é uma entidade que jamais desvanece. Acreditar nessa evidência, é já possuir um pouco do clarão que nos ilumina e nos conduz à verdade dos nossos instintos. Viver sem determinadas verdades, é como habitar numa cidade às escuras. Na sua essência a luz é... a verdade que por último sempre se procura!...}

21.9.06

[...time brings a change...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF231632-01-01-04.mp3
{... tudo se reflete no soalho dos nossos dias. Os espaços também se renovam com as mudanças do tempo. Tudo se transforma. Ainda bem que a luz que envolve o soalho dos nossos dias é sempre desigual. Pois só assim, se podem recriar novos espaços no tempo. Como é bom sentir a diferença dos dias. Para onde vou, lá naquele lugar, o tempo passa bem mais devagar. Há tempo para observar, em tudo aquilo que se reflete no soalho dos nossos dias. Como é importante saber gerir o nosso tempo... Tudo se passa à nossa frente e por vezes, nem se dá conta que todos os momentos passados no tempo, nunca são realmente iguais. Há também quem pense assim. Ter tempo para observar, é reflectir na desigualdade dos dias. Para onde vou, naquele lugar, há um novo espaço no tempo.}

16.9.06

[...Senhor Teatro...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF227705-01-01-14.mp3
{... há sentimentos provocados. Há também sentimentos inexistentes. Há ainda o vazio e a eforia das coisas que incentivam a virtualidade das expressões. Em cima de um palco, quantas mais razões que todas aquelas descritas num dado elenco, existirão? É sempre a eterna e questionável dúvida; a da rigorosa repitação de determinadas expressões. É uma acrobacia decerto desigual. Se pudéssemos reviver a vida, como se ao mesmo palco voltássemos, tantas quantas vezes quiséssemos, será que valeria a pena ensaiar tudo de novo? Talvez, em muitos dos casos, pudéssemos alterar o momento em que tudo acontece. O mesmo momento que nos identifica e nos diferencia neste grande palco de ilusões.}

10.9.06

[...Chão de Prata...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF233317-01-01-02.mp3
{... há dias em que o rosto se ausenta de si mesmo. Há também dias sem se sorrir. Por vezes, o sorriso também muda de endereço e também ele vagueia no espaço. Há ainda quem mude de génio muitas vezes ao dia. Há também quem tenha dias assim. E, há ainda dias para se substituir uma coisa por outra. Há sempre uma vontade imensa na mudança dos dias. Como é importante mudar!... Mudar de casa, de roupa, de aparência, de endereço ou até mesmo, mudar a direcção das coisas que nos fazem realmente sorrir. Afinal, podemos sempre mudar tudo, ou quase tudo nesta vida... É tão fácil transformar tudo o que nos entristece com um simples sorriso. Sorrir, é o caminho que nos leva a percorrer o tão desejado chão de prata. Se eu pudesse, seguia eternamente nessa direcção... porque há também quem percorra caminhos assim. Há dias, em que o rosto até se pode transformar e se ausentar de si mesmo... Mas, os caminhos nunca se ausentam, de tudo aquilo que realmente nos transforma. Porque será que nem todo o chão é de prata?...}

4.9.06

[...Eco...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF233210-02-02-01.mp3
{... Eco! Os escritores são como os amigos. Há sempre os possíveis eleitos entre tantos outros de outros tantos, colocados na estante da nossa existência. E eles, ali estão sempre do nosso lado: disponíveis. Talvez se deva esfolhear um a um, em certas páginas da vida, a sua disponibilidade. Apesar de estarem sempre ali [as palavras] também se organizam novamente. Os livros têm sempre diferentes leituras. Uns, ficam sempre em maior destaque, perante outros tantos que aguardam o momento exacto de maior proximidade. É uma tarefa difícil, essa de organizar em todas as prateleiras existentes o fenómeno das palavras. Tal como os amigos, há também palavras assim. Mais destacáveis na estante da nossa afectividade.}

29.8.06

[...Lauro António...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF206127-01-02-16.mp3
{... há paixões que podem ser consumidas num exacto e determinado momento. Mas há as que perduram no tempo. Sim... também há paixões assim e ninguém sabe o que as motiva. As do António [por exemplo] são apresentadas em movimento. E se pudessemos rebobinar todas as nossas paixões?!... Eu sei bem o que faria. Voltaria a viver só e únicamente determinadas emoções. Quantas pausas e replay's anexaria a determinados frames desta vida! E não é isso que Lauro António faz? corta uma imagem num determinado momento para precisamente ali colar uma outra. E pode voltar a colar ainda uma outra imagem, no momento que define para dar lugar ainda a mais outra, e sucessivamente a muitas outras que certamente estão retidas no monopólio das suas emoções. Há paixões assim: o cinema. E é no movimento dessas imagens, tantas vezes cortadas e novamente recriadas que resulta a apresentação de um todo repleto de emoção. É exactamente por isso que as imagens são cortadas, contadas, faladas, cantadas, choradas e até fabricadas para perdurarem no tempo. Sim... há de facto filmes inesquecíveis!
A momentos cortados Lauro António apresenta:
http://lauroantonioapresenta.blogspot.com}

22.8.06

[...Dentro Mi Alma...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF224181-01-01-01.mp3
{... é o espaço de pausa calculada onde se dá a ordenação das formas e cores. É ainda o lugar, onde o tempo deixa de existir ou de ter a importancia que tem. E quando se procuram as formas e as cores não acontecem?!... Ninguém entra nem ninguém sai. O sol pode tombar em cada noite que cai, mas são tantas as noites que ali se passa sem o ver. Afinal, todos os laboratórios são espaços solitários. Por vezes, neste lugar, o silêncio é quebrado por breves momentos de euforia. É a pausa calculada, tão desejada para quem a quer abraçar. Dentro dele, os dias da semana deixam de ter a importancia que têm. Todos os dias, são dias de ordenação das formas, cores e estados de alma. Só ali, é possível construir um novo mundo, naquele já existente. E, sempre que as formas ganham cor, elas partem!... E nós ali ficamos, sempre no mesmo lugar. Entregues á pausa que nos envolve e desafia, a continuar quase como por teimosia, á procura da importância que as formas têm. Há quem o chame de lixeira, ao Atelier é claro!... Mas não. O atelier é um espaço quase sagrado, onde ninguém entra nem ninguém sai, à hora da pausa calculada. É ali que se fica... ou, é ali que nos deixamos pausadamente ficar.}

16.8.06

[...Nicolais Judelewicz...]

http://www.kenzo.com/kenzo_ah06/index.html
{... as imagens podem ter cor, ou não. Mas a música que as animará num ecrã, pode ou deve transcrever no seu todo, uma só e única sonoridade plástica. Se eu pudesse estar neste preciso momento em Paris... sei bem o que de novo lá faria! Mas, também ainda é cedo para questionar toda a composição sonora da próxima exposição. Afinal de contas, há ainda um ano para criar as imagens que irão mais tarde ser animadas em película. E, só depois disso tudo, é que todos os "acordes" sonoros são realizados. Se eu pudesse estar neste preciso momento em Paris, visitava Nicolais Judelewicz! Sómente se eu pudesse já lá estar... era exactamente o que faria.}

11.8.06

[...Emotione...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF229922-01-01-10.mp3
{... são as coisas simples que compõem a musicalidade da vida. E parece tão simples, esboçar uma partitura cheia de harmonia... Hoje, já é o tempo em que a humanidade perdeu o sentido da harmonia das coisas. Deve ser por isso que há tanto barulho no Mundo! Deve ser, exactamente também por isso, que é cada vez mais urgente procurar o silêncio das coisas. E há tanta emoção nas coisas simples que povoam a vida... e tu? porque não as vês?!... Poderia ser tão simples, abrandar todo esse impressionável ruído que comove a Humanidade. Se eu pudesse, diminuir todo esse desalento e dar mais silêncio ao Mundo, sei bem o que faria! Substituía as armas por pinceís, o som da guerra pelo recolhimento obrigatório ao silêncio, os noticiários informativos por programas educativos e, os políticos por soldados temporais de tonalidade afectiva itensa. Eis, a tela que esboça o quadro da vida! Ter liberdade para o sentir e viver... sem as pressas em encurtar, a importância que a vida tem. Jamais, será impossível imaginar a vida sem emoção.}

8.8.06

[...Refrigescere...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF230301-01-01-02.mp3
{... a água até pode ser transparente, incolor ou tomar a cor de um determinado pigmento que reside na nosssa memória, mas temos sempre a ideia que lhe fica sempre bem os tons de azul. Todas as memórias têm cores... por exemplo, tenho ainda em memória que Portugal é um País de cores diferentes e bem garridas, ladeado por um imenso azul. E desse imenso azul, se avista verde a Norte, um pouco de branco a Centro Norte, laranja amarelado a Centro Sul e azul esverdeado em todo o Sul. Hoje, até parece que há uma tendência para se esbater em todo ele, largas faixas em tons de carmim acastanhado. Vamos lá saber, o que motiva esta mudança? De facto há neste recente fenómeno cromático uma tendência nata em alterar-lhe as cores da memória! Não para desanimar ou afrouxar os animos, é mesmo porque não há nada melhor como um belo mergulho para elevar determinadas cotas de energia. A água até pode ser transparente e incolor, mas após se evaporar há sempre a esperança de que todas as cores retomem de novo o seu lugar. Esfriar, é sempre a palavra de ordem em tempos de grande calor.}

2.8.06

[...Portante/Portare...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF190296-01-02-01.mp3
{...levar, conduzir ou sustentar, são os caminhos que nos apontam para todas as portas que há no corredor da vida. E, são tantas as portas!... Porém, há muitas que deviam estar sempre fechadas. Mas, todas elas dão acesso a outros caminhos repletos de tantas outras portas cujo conteúdo é certamente sempre incógnito. Afinal, todas as portas são peças importantes no nosso caminho. Se fosse possível conhecer o conteúdo de todas elas... não sei ao certo como teriamos tempo para as abrir?!... O mistério da sua existência está no facto de sabermos que ao se abrir uma porta, a esta se juntam tantas outras mais... quantas as que sejam (em tempo real), possíveis de se avistar. Todos somos "portantes"... ou, tudo é "portante" de algo. Tudo se leva e se conduz a um ponto, ou a vários pontos localizáveis no misterioso corredor da vida. Quantas portas haverão exactamente no corredor da vida? Não sei. Mas, se soubesse quais as portas que dão acesso à calmaria das coisas que deviam povoar o Mundo, então seria bem mais fácil, percorrer este misterioso corredor... cuja a última porta a ser aberta, é certamente aquela que completa o nosso ciclo de vida.}

28.7.06

{...Ex [s] istere...}

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF215722-01-02-02.mp3
{... nem tão pouco estarei totalmente de acordo que o ser humano propenderá a minimizar as ideias abstractas a favor das realidades concretas. As realidades, só são de facto realidades concretas quando as mesmas obdecem a determinados parâmetros prédefinidos por nós mesmos. Existir... não é mais que um determinado "estado" dotado de vida, cuja principal fonte de vitalidade é sempre animada pela complexidade da essência das coisas que nos cercam. Se existir é ter existência; viver; estar; ser; haver; subsistir; durar; exibir-se... então quantas mais existências há no nosso Universo?!... Se tudo o que é dotado de vida existe, quantas mais essências existem para além do nosso ângulo de visão? Para já, parece que estamos bem assim. É tudo uma questão de organização do pensamento lógico. O importante é saber questionar. Questionar todas as realidades concretas e todas as ideias abstractas!... Mas o mais o importante disto tudo, é saber como detectar todas as qualidades pelas quais um ser existe e se define. Se eu pudesse definir sempre da mesma maneira o que os meus olhos veêm, então o que uma determinada coisa é, ou o que compreendo que ela é, deixaria de o ser, no momento em que todas as qualidades que a definem, mudem de forma ou de conteúdo. Se não houvesse tanto de abstracto em todas as realidades concretas nas coisas que povoam o Universo, a nossa existência deixaria de fazer sentido!...}

19.7.06

[...Passu + Pede...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF225488-01-01-11.mp3
{...quantas voltas inteiras dão os nossos passos?!... Há passos errados. Há passos certos... há ainda os incompletos. Uns são um pouco mais fortes; mais hábeis; mais velozes; mais tímidos; mais falsos ou mais certeiros. Todos eles são itinerários da nossa passagem. Se eu pudesse contar os meus passos, sei bem o que faria!... Ampliava desde logo o chão da vida a percorrer. E se ainda fosse possível... programaria o tapete da vida. Oh, se tudo isto fosse possível! Quanto mais chão haveria para pousar um pé de cada vez de um lado para o outro?!... Só assim, seria possível convencer o "Contador de Passos" que precisamos de muito mais tempo do que o previsto para atravessar todos os lugares, de um lado para o outro... passo a passo, até à estreita porta que dá acesso ao infinito. E se tudo isto fosse possível? Que bom que seria, se o "Contador de Passos" cruzasse em nosso caminho! Era bem mais fácil pedir-lhe que de uma vez por todas [a passos contados] amplie para sempre, o nosso chão da vida.}

10.7.06

[...Exprobrare...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF226003-02-01-02.mp3
{... lançar em rosto possíveis censuras é um acto consciente de acusação. Há quem acuse o próximo por mero defeito. O importante é acusar sem observar! Acusar por isto ou por aquilo uma determinada pessoa, como que se fosse esse o verdadeiro caminho da sua própria libertação acusatória. Um rosto não é um rosto, se os músculos que o suportam ficarem totalmente inertes perante um possível exprobrador. Há também diversos tipos de exprobradores. Os que exprobram e os que são exprobrados!... Mas, por mais que se procure pôr um rosto a descoberto, é preciso não esquecer que há em todos esses músculos uma provável aparência dum sentimento oposto ao reverso.
Há sentimentos que se esbatem na fisionomia de todos os rostos. Há ainda, a impossibilidade de se desvendar o que habita na alma de cada um deles - os quais-, por mais que sejam sujeitos à exprobração alheia... ficam indiferentes ao outro lado da medalha. Será que é possível descrever quantos semblantes existirão num só rosto? Por mais que se observe quais os sentimentos que cada um sabe exprimir... jamais devemos esquecer que nunca sabemos ao certo, qual a sua sinceridade por unidade de superfície!...}

2.7.06

[...unitate...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF222808-01-01-04.mp3
{...eis o que acontece, quando se reune várias partes num todo só. É a determinante força do espírito, o grande objecto unificador da matéria no tempo. É através desta grandeza determinada [a força] que a coerência dos objectivos convergem para um só todo. Seria tudo mais fácil, se a força que nos anima tivesse sempre a mesma intensidade. Mas, nem todas as correntes são contínuas. Há também as correntes alternas, as opostas, as divergentes e outras tantas de intensidades bem diferentes. Se se suprimisse à matéria do corpo a força do espírito, o que seria de nós?!... O que seria do povo Lusitano sem a força telúrica do espírito? Há também povos assim... como nós! Que juntam em conformidade os seus sentimentos a um possível objecto de vitória. O prolongamento da eterna capacidade desconhecida do "eu" provém dessa mesma força... eis, o que acontece quando se reune várias partes, num todo só! Porém, ainda dizem... que nínguém sabe ao certo qual a força que nos anima?!... Talvez faça também ela, parte do nosso tão determinante segredo. Mas, o mais importante de tudo isto, começa em jamais se suprimir o espírito do corpo, para que a intensidade da força seja para todo o sempre uma corrente uniforme e contínua. E, há ainda quem diga... que não sabe o certo, qual a força que nos anima!...}

28.6.06

[...Taliatu...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF220625-01-01-10.mp3
{...e se estreita a matéria através de gestos que por vezes são apenas produto da gesticulação mental. Há gestos que só existem na mente. Há porém gestos que nunca passam a barreira da realidade das coisas. Nunca passam à acção!... O Mundo está repleto desses gestos. Estar parado e olhar a matéria que se encontra perante os nossos olhos é activar o eixo dos sentidos. Porque será que se procura a alma das coisas? Porque será que há tanto desencontro na sua procura? E se pudessemos moldar os gestos das coisas? Teriamos de executar sucessivas incisões no corpo das coisas e voltar a combinar toda a matéria tallhada. Recriar, dividir, aparar, descobrir e desvendar que a alma também se talha! Se eu pudesse talhar o gesto das coisas, sei bem o que faria! Recordaria apenas, só aquilo que pretendo não apagar da memória das coisas e cortaria todas as porções desnecessárias. Apagaria ainda todas as lascas, nacos ou fatias de tudo aquilo que não possui matéria. E, através de todas estas necessárias operações cirúrgicas, estreitaria toda e qualquer matéria... que nem a alma das coisas têm!}

22.6.06

[...repausar...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF221971-01-01-03.mp3
{... para apurar certos tons, é preciso envolver determinados pigmentos até se obterem as cores pretendidas. O objectivo perfeito: a cor!... Sempre as cores. E como na vida tudo tem o seu início, aqui neste complexo processo tudo começa no simples facto de se meterem determinados pigmentos dentro dum envoltório... e incluir; enfaixar; enrolar; cercar... toda essa matéria cromática. Eis a fase do comprometimento entre a cor e o pigmento. Afinal até as cores se comprometem. Quantos anos de vida terá a cor? Elas ficam... nunca morrem. Perduram no tempo. Já a sua representatividade tem os dias contados. Se hoje são... amanhã deixam de ser. Tudo se deixa, ou se deixa tudo por vezes, muito antes da sua projecção no futuro. Também as cores passam a fase da intriga... e, também os pigmentos se confundem. Por vezes gritam os amarelos aos laranjas; os azuis aos esverdeados; os brancos aos sombreados; os pretos aos anilados; os traços aos ponteados; as formas às texturas; a geometria à escrita... e tudo grita numa imensa surdina!... É a fase final para a sua eternidade: a superfície branca. Repousar no branco todas as cores... sempre as cores.}

20.6.06

[...Videre...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF223509-01-01-01.mp3
{...há uma grande diferença entre Ver e Olhar. Há também uma grande diferença entre Ser e Sentir. Há ainda aqueles que apenas são... algo. Isto é, são apenas básicamente algo. Não vêem nem sentem... apenas são um pouco de algo. Será que ser algo também se exprimenta?!... Se eu pudesse exprimentar ser apenas algo, básicamente deixaria de percorrer o sentido da vista. Passaria a olhar e não a ver. A observar e não a notar que existe muito mais do que os nossos olhos podem ver. Se eu pudesse ver a alma das coisas, sei bem o que faria. Voltaria a percorrer o sentido da vista por todas as coisas que povoam o Universo. Se Ver não é a mesma coisa que Olhar... nem Ser o mesmo que Sentir, então o caminho que nos leva até à alma das coisas... está no vasto exercício que a nossa mente possui em detectar todas as linhas, e que por vezes apesar de serem quase invisíveis aos nossos olhos, se encontram suspensas na organização lógica do raciocínio. Talvez seja por isso que a alma das coisas é invisível. E é talvez por isso mesmo que só os demais se reconhecem através do modo como percorrem o sentido da vista. Afinal, será que há muito mais para Observar... para além do simples acto de Ver?}

14.6.06

[...In-+substituível...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF223170-01-01-01.mp3
{... há saudades inigualáveis que apesar de estarem escondidas no pensamento, estão sempre prontas a despertar os sentidos. Recordar agradáveis saudades, é recordar... um pouco de nós próprios perante algo que nos foi absolutamente marcante no espaço e no tempo. Porque será que há momentos assim? Porque há determinados lugares que nos trazem uma saudade imensa, apesar de nem sabermos que existem? Também há lugares assim... na memória do pensamento. E, é exactamente porque há saudades insubstituíveis... que recordo hoje, talvez porque chove, esta saudade imensa do que foi ou, de tudo aquilo que existe ainda para recordar neste lugar. Porque será que é tão bom... recordar saudades insubstituíveis?!... Talvez seja esta, a forma com que projectamos novas saudades, novos lugares ou novas memórias em outros novos espaços... escondidos ainda do nosso olhar. Ter saudade, é uma força anímica que nos leva a continuar em frente... até outro tempo, até outro lugar... onde só um determinado momento e sem sabermos porquê, fica para todo o sempre... insubstituível!}

12.6.06

[...Fluctuare...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF223509-01-01-01.mp3
{...estar sempre no momento exacto da indecisão das coisas, é perpetuar num estado perfeito de agitação dos sentidos. Esse estado quase que perfeito (os sentidos), são sempre animados pela motivante criação do "Se". Oh! se... se tanta coisa não seria outra coisa, apenas com um simples se!... É essa inconstancia que anima todas as memórias. A vida não é mais, do que um infindável conjunto de hesitações. A perplexidade do "Se" é um instrumento de procura para a felicidade que julgamos por vezes estar ela... vacilando à nossa frente. Afinal, não é a própria felicidade, resultante do somatório dos momentos que flutuam de um lado para o outro, no mapa secreto da vida? Se eu pudesse atar esses momentos uns aos outros, sei bem o que faria...Oh! Se... tanta coisa não seria outra coisa. Mas, o mais importante de tudo isto é saber estar naquele exacto momento da indecisão... estar, vacilar, hesitar, ficar alí... deixar estar... apenas atar aquele momento à linha da vida. E, "se" o chão agitar... é porque se deve voltar a flutuar, outra vez... até ao novo momento da indecisão das coisas!... Como é bom saber flutuar através do tempo...pelo vento, pelo mar... pelos fragmentos dos segredos que nos levam sempre a esse tão desejado lugar!...}

9.6.06

[...re-+bater...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF218052-01-01-01.mp3
{... são inúmeras as sombras que se podem rebater na multiplicidade dos planos existentes no espaço. As sombras também se transformam... e quando observamos atentamente determinadas silhuetas... num isolado ponto dessa constante mudança... é, porque há a necessidade de repensar em toda a sua existência. Rebater as múltiplas sombras da nossa existência... é saber reencontrar ou descobrir o plano estratégico para nos mantermos no mundo, em torno da linha de intersecção dos dois. Tivesse o mundo mais dimensões ou planos projectáveis que seriamos então, meros espectadores da nossa própria sombra. Como tudo seria mais fácil! Projectar a nossa própria sombra num determinado lugar do espaço e no tempo... sem sairmos do mesmo local!... Se eu pudesse hoje, projectar a minha sombra no espaço... sei bem o que faria. Rebatia o futuro num determinado momento do passado, e voltaria a isolar a tua sombra na minha mão.}

6.6.06

[...À Boca Do Tempo...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF208611-01-01-12.mp3
{... por vezes há uma vontade imensa de paralisar o tempo e suspender a linearidade do espaço. Por vezes... é tempo de sentir uma enorme vontade de permanência num lugar, onde o espaço não percorre no tempo... como se fosse possível apagar a linha de tudo o que é transitório. Deixar o tempo passar e ficar simplesmente, num lugar sem marcas da nossa própria passagem. Será que o tempo é transitório? Existirá alguma coisa para ver... para além da sombra do tempo? Estar à boca do tempo, é esperar que alguma coisa aconteça. Por isso se fica alí... por vezes, à espera daquele momento. Se o tempo não espera... e é uma mera presença transitória, porque se está sempre à espera que algo aconteça? Até nessa espera, o tempo passa... por nós! Deve ser isso que estamos à espera... de que o espaço percorrido traga os nossos passos, como uma repetição reconhecível de tudo o que existiu... ou existe. Haverá mais alguma coisa para ver... para além da sombra do tempo? Não sei! Se eu pudesse parar o tempo... sei bem o que faria. Talvez... porque creio que à boca do tempo, só os relógios param.}

5.6.06

[...Mente Versus Rostru...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF220003-01-01-14.mp3
{... quantos rostos habitarão a nossa mente? Se tudo o que nos é desconhecido tem um rosto, quantos rostos mais... serão possíveis descobrir? Um dia, o filho de um ilustre poeta em tom de segredo, contou-me que a sua mente à noite era quase sempre assaltada por inúmeras faces... antes do sono tomar conta dele. Sempre achei esta revelação interessante!... Há quem seja também assaltado por inúmeros rostos durante o dia. É, o fenómeno do passeio público... as pessoas fixam certos rostos com quem se cruzam, e quase todos eles são ou não, parecidos com alguém. Depois, depois... é só reter essa imagem na mente, e activá-la durante a fase do sono. Que bom que seria se pudessemos activar durante o sono, as faces eleitas da nossa vida! Que se dane o desconhecido. Tudo deveria ser programável!... O desconhecido deixaria de existir, os rostos passariam a ser pintados por nós... o sono, seria então povoado sómente por estados de espírito programáveis e disponíveis em qualquer fármacia de serviço. Como seria a vida sem o desconhecido?!... Só de pensar que há tanta gente programada para nem sentir coisa nenhuma... que sou desde já assaltada pela presença de mais um semblante que irá habitar não a minha mente... mas sim, uma das minhas possíveis telas.}

3.6.06

[...Reciclar o Abstrato...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF222335-01-01-18.mp3
{... há quem diga que existem túneis no interior da terra habitáveis por seres jamais vistos. Alguém escreveu, que são grutas infindáveis... e que a terra é oca! Ora, se o Céu é o reflexo do Mar... então, o centro do Universo está no interior da Terra! O ponto fulcral do ínicio do infinito deverá estar algures, entre os polos da terra... e o resto é uma miragem. Nem sei, porque se teima em ir á Lua e a Marte. Nem sei, porque se envia tanto equipamento tecnológico para o alto dos Céus!... Será que é por isso que os Gauleses... temem que o Céu lhes tombe na cabeça?!... Será que todos os segredos estão há muito... assim tão bem guardados mesmo debaixo dos nossos pés? Deste modo... é no interior da Terra que deve estar a dita porta. O tal acesso de entrada que nos leva para outro Universo. Ás tantas... todas as naves voadoras que já cruzaram os nossos Céus, estão lá estacionadas. Safa!... Continuando a divagar desta maneira dá para questionar, na quantidade de "coisas" que devem estar no seu interior ! Abandonadas todas as teorias... hoje, quando estiver a mergulhar no Mar do Guincho, não pensarei em nada disso... concentro-me apenas, nas cores que terão os peixes... e, que dalí não os posso ver!...}

1.6.06

[...dilutu...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF217259-01-01-02.mp3
{... diminuir a intensidade de mistura dos pigmentos, é o modo perfeito para a obtenção da cor pretendida. A essa intensidade... há sempre um factor deduzível a tudo aquilo que nos rodeia. Ainda bem que tudo tem uma cor... ainda bem que se diluem cores a outras tantas cores, ausentes de casuais solutos ou dissolventes. Dissolver cores... não é desagregar a sua própria existência. É pois, uma forma de prever uma nova organização cromática a tudo aquilo que já não estava unido. Por isso, se dilui tanta coisa no tempo até se atingir, o seu estado perfeito de cor. Será que é possível diluir o futuro? Se ao pintar um quadro, se projecta o futuro... então é possível obter a sua dissolução! Se eu pudesse diluir o futuro... sei o que faria! Juntaria novamente determinadas cores que há muito habitam em outras paredes que não as minhas... e voltaria a ter as mesmas telas... que de tão minhas já foram... e se diluiram para sempre no tempo que já não me pertence. Ainda bem que tudo tem cor... ainda bem que só as cores se diluem para sempre.}

31.5.06

[...introspectione...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF215612-01-01-08.mp3
{...percorrer o labirinto da consciência... é aplicar a nossa atenção para dentro. Tudo flui quando penetramos no eu ou no sobre-eu... das coisas extraordinárias que povoam a mente. Estabelecido esse contacto... o imaginário deixa o espaço intra-ocular para executar ou descrever tudo o que se passa... ou, que lhe foi atribuído... através de imagens existentes na memória como a principal alavanca da intuição artística. Expor... é pressentir uma verdade. É estagnar pictoricamente numa superfície branca... determinados momentos e experiências ocorridos ou não... no tempo. O que vale é que no laboratório da introspecção... há muitos tempos alheios à nossa própria vivência! Isto é, não é preciso viver certos momentos para os representar... é aqui que o imaginário se torna, o grande aliado da criatividade. Quantos códigos de resposta a essas situações existirão na nossa mente?
É de certo um processo complexo. Se represento através da gestualidade das cores, determinadas emoções... por vezes pergunto... quantas delas estarão ausentes de todos os estímulos que nos levam à percepção das coisas?
Se não fosse o mundo imaginário... o que seria de nós?
Nesse mundo pictórico e abstrato... basta apenas saber observar todas as coisas... não é preciso vivê-las.
Se expor é pressintir uma verdade... o que seria de nós, sem o introspectivo mundo imaginário? Não sei! Só sei que exponho porque pressinto determinadas verdades...}

29.5.06

[...In+resistivel...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF219843-01-01-06.mp3
{ A insuperável vontade do vazio... é um estado perfeito de apelo à criatividade. Estar fechado em laboratório... não é mais que abraçar o vazio. É ficar ali... saboriando o confronto do Eu com todas as coisas que povoam o Universo.

Estar... ficar... abraçar... silêncio... necessidade... criar.
Apenas isso... criar uma linguagem sensitiva através da irresistível vontade do vazio. A este inevitável momento... tudo parece passar devagar... ou, nada acontece no Mundo para além do que alí tem lugar.
É estar entregue à continuidade das diversas metamorfoses do vazio... que de tão preenchidos por ele... ficamos ausentes de tudo aquilo que nos rodeia.
Se a irresistibilidade do vazio fosse entendida por todos aqueles que habitam o mundo... tantas mais coisas que perduram no tempo seriam certamente concluídas.
Essa vontade... a que não se pode resistir, é um processo de entrega do "Eu" ao "Outro"... em que o "Outro" não é mais do que o nosso próprio reflexo esbatido na densa suavidade do vazio. Criar é isso... é a entrega tranquila que nos aguarda e nos abraça, sempre com a mesma intensidade.}

27.5.06

[Ocean Drive]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF219694-01-02-07.mp3
{... será que há cores ausentes no Universo? Tudo aquilo que vejo tem cor. Tudo o que nos rodeia tem cor... até nas profundezas do Mar... há tantas cores! Donde virão aquelas cores florescentes de todos aqueles peixes? Quem os terá pintado? Uma coisa é certa, quem foi... conhecia bem todos os pigmentos que habitam o Universo. Será, que é na morte que nos confrontamos com a ausência das cores? Não. Claro que não. Jamais alguém se esqueceria, de deixar uma página em branco... no sagrado livro do ciclo da vida. Ausentes ou não de cores... há tanta coisa que povoa o Universo. Há cores mais inteligentes do que outras... é o caso do preto e do branco... pigmentos opostos que se completam através da relação... ausência/saturação. Também as cores se saturam... também as cores se ausentam. Curiosamente quem se satura é o Branco... quem diria? é o que acontece quando se mistura uniformemente, todos os pigmentos que habitam no Universo. Mergulhar nos Oceanos... é procurar cores puras... menos saturadas... talvez. Se eu pudesse mergulhar hoje, no Oceano... iria de máquina em punho, e captaria todas aquelas cores que habitam os mares... para com elas colorir, todas as paredes brancas estancadas em terra... que há muito estão ausentes de tantas outras cores... que povoam o Universo.
Quem diria que também as cores se saturam... e se ausentam!}

26.5.06

[...perceptibile...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF219992-01-01-01.mp3
{... desfocar o perceptível... é um modo de subtrair emoções em todo o sistema sensitivo. Quando temos a percepção de reter certas imagens... as quais apesar de ainda não terem tido, o seu lugar no presente, mas que já dão sinais de si... é porque estão retidas na memória das coisas... que nos aguardam possívelmente, num futuro próximo. Será que existem memórias do futuro?
Será que a nossa consciência revela e identifica certos acontecimentos... muito antes de serem eles... um factor real no tempo? Esta interrogação, faz-me lembrar uma outra questão da qual sempre me questionei... sem obter resposta. Quantos olhares se cruzam com tantos outros olhares sem que a consciência retenha deles... imagens perceptíveis do mundo exterior?
Olhamos... mas não vemos! E quando vemos... por vezes só nos resta desfocar toda e qualquer linguagem sensitiva. É talvez por isso que todos os pintores não conseguem atingir o seu retrato perfeito. Vimos o Mundo... sentimos o Mundo Exterior... mas, vivemos num Mundo onde os acontecimentos e objectos ficam retidos num labiríntico arquivo... arquivo esse, composto de recortes abstratos... ou quem sabe... de possíveis memórias inexistentes no tempo.
Afinal quantos rostos têm as memórias que habitam na percepção da nossa consciência? Pouco importa. O mais importante... é saber como desfocar tudo o que nos é perceptível... ou melhor, subtrair ao tempo... o factor facultativo do abstrato.}

21.5.06

[...Um não lugar...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF39468-01-01-02.mp3
{Estar em um não lugar, é ... desejar o que não existe, ou uma coisa que não há.
Nesse lugar, sentir-nos-emos como se estivéssemos dentro de um sonho, sonho esse que não tem lugar no tempo, ou neste tempo, ou talvez... num outro tempo. E quanto mais nos atrevemos a pensar nele, maior é o medo de o ver desaparecer. Talvez por isso mesmo... há pessoas que deixam de sonhar.
Se pudessemos tocar no espírito do tempo... interpretar e fixar sonhos, atingir a singularidade do momento, e ficarmos estácticos no tempo para o todo sempre, deixar-nos-íamos alí ficar em zeitgeist? O que restará a nós... senão sonhar? Andar à deriva de consciência alheia ao que é real? A (im)possibilidade de tornar real o que parece impraticável: sonhar e interpretar que há um não lugar... para desejar o que existe, ou uma coisa que há!...
Em zeitgeist, nesse lugar onde já estivemos... não haverá mais do que isso: sonhar e acordar ao mesmo tempo em...um outro lugar. O que será de nós se assim for?}

17.5.06

[...Sobre o Tejo...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF187733-01-02-03.mp3
{... se o Tejo fosse meu... eu mandava pintar o mar. Pintava-o de branco... para dar luz às profundezas. Sómente, se o Tejo fosse meu... o mar jamais seria igual.
Mandava construir casas sobre a água... do rio, em direcção ao mar. Deixaria as colinas de Lisboa onde estão... e porque não? também elas se abeiram doTejo, faz tanto tempo, que de tão enamoradas por ele são. Se o Tejo fosse meu... navegaria noite e dia em águas brancas que nos transportam para além do mar. Deixada Lisboa à proa, mergulharíamos em águas de pura fantasia... era o que eu faria... sómente, se o Tejo fosse meu... mandaria de novo pintar o mar!}

16.5.06

[...porque será?!...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF215322-01-02-01.mp3
{... porque será que as noites são despovoadas de pássaros? Que de tão sua, terá a noite, para adormecer todos os seres em azul profundo?!..
Tivesse eu asas... que procuraria desbravar todo aquele denso azul... acolá, nos céus. Se a humanidade teima em querer voar por esse universo fora... porque será que os pássaros não povoam outros céus?!... Tivesse eu asas!...
Se a noite gera o dia, e o dia... se abriga nas noites, onde andarão todos os pássaros que povoam os céus? Penetrar naquele azul intenso... escuro, muito escuro das noites, é como mergulhar em águas densas dos oceanos... É isso!
Se os pássaros mergulham no mar... o tecto do mundo, não é mais... que o próprio reflexo das profundidades da terra... e, quantas mais terras estarão dependuradas no céu à espera do voo dos pássaros? Tivesse eu asas... que desbravaria noite e dia todo aquele imenso azul.
Era o que eu faria... tivesse eu, asas para voar!}

12.5.06

[Senta-te a bombordo!]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF218577-01-01-12.mp3
{... os livros do mundo misterioso da espionagem... todos eles têm um ponto em comum: obrigam os leitores a fazer a si próprios certo número de perguntas.
As verdades que se obtêm são resultantes de arquivos existentes, testemunhas vivas ou através de um conjunto de códigos, cuja estrutura de comunicação é interpretada sómente por aqueles que possuem uma parte de outra parte da chave mestra que contêm a linguagem a decifrar.
As verdades são missões... e as dúvidas desbloqueiam diversas soluções em presença de inúmeras incertezas.
É um universo repleto de interrogações e explicações prováveis, onde a verdade possui muitos rostos.
O livro, "Nathalie Sergueiew: uma agente dupla em Lisboa", é a sinopse de uma biografia escrita por José António Barreiros, editado em Maio deste ano.
Ao livro que ainda não li... mas perante todos os outros nesta temática que já li, quando os compro... sempre digo o seguinte:
- Olha, senta-te a bombordo para veres todos aqueles que povoam a terra!}
http://arquivodassombras.blogspot.com

11.5.06

[...habere...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF218577-01-01-02.mp3
haver, v. tr. ter; possuir; obter; considerar; julgar; conseguir; existir; acontecer; ter decorrido; ter passado; intr. ser possível; refl. portar-se; proceder; s. m. crédito (na escrituração comercial); pl. bens; fortuna; - por bem: dignar-se; - às mãos: alcançar; possuir; - de: ser obrigado a; ver-se na necessidade de; ter fatalmente de; - mister: ter necessidade; por bem fazer, mal -: ser pago com ingratidão. (Lat. habere).

8.5.06

[...lógos+griphos...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF212333-01-01-06.mp3
{... desalinhar o destino até parece ser possível... por vezes, pôr tudo em desalinho... é questionar qual deverá ser... o caminho traçado.
Será que é o destino que desalinha por vezes, na palma das nossas mãos... ou são as nossas mãos que entrelaçam em estado de desalinho, outro destino?!...
Se as linhas são tantas... quantos serão os caminhos... que nos levam para longe de qualquer possível desalinho... do destino, é claro!...
A única coisa certa deste enigma, está no facto, de ser possível tornear todas as linhas, contornos ou esboços que nos projectam para a racionalização do impacto... perante o vazio.
Se tudo está na nossa mão... então o melhor, é começar tudo de novo... apagar!
É assim no desenho. Se na vida... assim fosse, quantas mais seriam as vidas, possiveis de se viverem?!...
Também, pouco importa... que vidas serão possíveis, se nesta mão tudo deverá ser alinhado de novo. É isso! Primeiro os esboços, depois os contornos e só no final... o destino.
Desalinhar o destino... até parece possível... por vezes... quando largado o impacto do vazio, se aviva o desejável caminho de regresso.}

4.5.06

[...Sub + Umbra...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF214963-01-01-10.mp3
{...sabes, quantas sombras apagou nesta praia, o mar?!...
E quantas praias há, com tantas mais sombras para apagar?...
Nesta praia, no topo desta sombra há uma interposição entre a água e um corpo privado de luz.
Nesta praia, tal como em tantas outras praias... há por vezes uma parte escura projectada na areia como se fosse um quadro ou um esboço produzido por um outro corpo.
Esta sombra, desenhada nesta areia, o mar não consegue apagar, por isso teimam as ondas em diluir seus contornos... mas, foi a própria pintada entre o sol e o mar. Se as sombras servem para esconder... o que o sol leva ao deitar, quantas mais sombras existem em todas as outras praias... que o mar tenta apagar?!...
Quando o espírito por defeito consegue sombrear, todas as praias que povoam o nosso olhar entristecido... o espaço, entre o corpo e a água que o sol ilumina... está definitivamente a ser projectado noutro lugar.}

3.5.06

[...A Oposição do Reflexo...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF182450-01-01-04.mp3
{... dividir em partes iguais o que poderá ser reflexível numa superfície branca... não é mais do que... a resultante do somatório da acção ou acções... involuntárias daquilo que se pretende transmitir.
É deste modo que a linguaguem e arquitectura do pensamento... reenvia sinais de oposição ao reflexo quando este incide, a complexa superfície dos sentimentos.
Aquele que pensa e medita sobre a causa das coisas... tem como reacção imediata a reflexibilidade do "Eu", conseguindo assim... isolar conscientemente todas as vicissitudes inerentes à complexibilidade do pensamento.
A oposição do reflexo só obtém a sua máxima objectividade se... ao condicionamento do "Eu", for associada uma superfície branca sem aparentes traços ou esboços predefinidos... do nosso próprio reflexo.}

28.4.06

[...Big Sky...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF209539-01-01-03.mp3
{Quando nos sentamos em nós próprios... em pleno estado de repouso, o olhar vagueia alheio aos significados das coisas. Aqui, bem de frente à Torre de Belém, há este banco de pedra... nele, e sem o olhar, as mãos tombaram de espanto ao descobrirem um ritmado baixo relevo... que mensagem?!...
É o que acontece quando nos sentamos em nós próprios.
De tanto pensar donde vem o mar... rebato um pouco todos os dias esse desejo... mergulhar em azul. Não o do mar... mas, naquele imenso céu pintado de azul intenso que nos aguarda... faz algum tempo.
É com ele... eu sei, que as noites jamais serão negras, e todas as velas serão acesas, ao mesmo tempo... naquele imenso altar.
Quando nos sentamos em nós próprios... em pleno estado de repouso, há tanta coisa que vagueia... alheia, ao nosso olhar.}