16.2.07

[...Silêncio, desejado Silêncio!...]

http://mp3.juno.co.uk/MP3/SF169161-01-01-10.mp3
{...mesmo quando as cores se ausentam há janelas que se abrem pintadas de si! mesmo quando as cores se ausentam de nós, ou do lugar onde habita o Mim... outras janelas se abrem na memórias dos nossos dias. ter a memória das coisas é agrupar tudo aquilo que nos rodeia. o silêncio não é mais do que um amplificador das coisas simples e que por vezes, tão esquecidos ou cegos delas estamos. vim a Lisboa buscar mais uma tela. vim a Lisboa e procurei detectar um pouco de silêncio nesta cidade que tanto me fascina. é difícil encontrar no barulho urbano alguma calmaria... e foi exactamente por isso que fui ver o filme "O Grande Silêncio"! ali, naquele grande ecrã, onde é retratado um convento dos monges da espiritualidade, todas as coisas simples são captadas pela câmara de um artista que cansado também ele, da ausência dos patrocínios e do desgaste do jogo dos interesses que dominam o meio cultural, ao se recolher à procura de si mesmo - fora de tudo e do tempo -, foi também ele supreendido pelos sinais das coisas simples. é na simplicidade das coisas que habita a tão desejada procura: a procura da criação à obra. por isso, estou hoje de regresso à cidade das tintas, com mais uma tela branca, carente de todas as coisas simples que habitam bem junto da janela do quarto que me acolhe no grande silêncio do Alentejo!...]

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