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{... agora, depois das tintas... a cidade é outra! apagada a luz, ficamos em silêncio mudos de cor. agora, resta estar sentada no tempo... apagam-se as luzes para que a cor não se gaste. encostam-se os quadros à parede, todos juntos uns aos outros, pelos alçados desta casa. recolhidos os pinceis, aguardam as cores e esperam os quadros que o inverno de novo nos leve para outro lugar. aguardar até ao dia da exposição... é ficar entre o vazio das paredes e a ausência de luz, sentados ambos no banco do tempo - eu e os quadros! silênciar a cor... é cortar a luz ao tempo. há também tempos assim! sem luz, todo o pigmento é ausente de cor. é como se todos estes quadros, agora empacotados, nunca tivessem existido. silenciosos e mudos de cor aguardamos outubro de 2007, só porque em 2005 foi projectada esta data para a nova exposição. falta pouco ... mas eles e eu já estamos prontos! e há ainda quem não tenha tempo para se sentar no silêncio de cada cor. os museus são exactamente isso... são pequenas parcelas construídas no tempo para que a cor se espreite no seu mais povoado silêncio. é por isso que o Mundo é o grande museu vivo. não há maior silêncio povoado que o nosso pensamento! pensar a cor... é percorrer todos os alçados daquela cidade que nos falta ainda descobrir. a pintura é exactamente isso!...e agora?!... agora, depois das tintas a cidade é outra!}
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