8.4.09

[ ...Casas Fechadas: Debaixo do Céu...]

{... há casas fechadas de portas abertas ao céu. nelas, se espreitam vidas, memórias, estórias. somos cidades perdidas na aldeia que habita em cada um de nós. somos, casas desabitadas da paixão que nos fez nascer. o amor tem muitos rostos pintados na ilusão de cada traço. dor. solidão. esperança. alegria. medo. tímido apelo ao abraço descuidado. arrebatadora espera que percorre desiguais caminhos só para que tu chegues um dia despedido de memórias. o amor é um desenho riscado... entre o sonho e o pânico de te perder. de nunca te encontrar. debaixo do céu, nas desabitadas casas desta serra, desenhamos abraços na montanha dos desejos, que só na tela deixamos acontecer. riscamos o vazio. entristecidos. porque todas as casas fechadas guardam estórias, memórias, palavras. quando olhares para uma casa fechada: não fales. observa. porque todas as pedras se erguem para o céu. eternamente. sempre em silêncio. pintado de negro azulado. pleno de mistérios, estrelas, cometas, planetas. traços e pontos coloridos a uma só mão. somos, frágil poeira que sem todo este céu, nunca poderíamos ser nem ter... asas para voar. somos espera contínua. até que o vento sopre e nos leve à casa onde a paixão e o amor num só traço possam um dia: florescer em toda a terra!... }

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