{... as teclas do sentir fazem-nos esquecer o antigo cheiro dos lápis. há quem já não escreva a lápis nem tão pouco a caneta. são os novos tempos da escrita. o que será de nós sem papel um dia? sem o esboço ou o esquiço da ideia final? sem as letras sublinhadas, riscadas e subtraídas ao seu contexto final? nem já os poetas, andam de folhas debaixo do braço como fazia Pessoa. sabes, é que Pessoa podia mudar de casa constantemente, mas nunca abandonava o papel em que escrevinhava o Sentir. qualquer simples folha lhe servia. como é diferente desenhar as letras que nos compõem. dar-lhes expressão. senti-las a nascer. apagá-las!... só as teclas do sentir são orfãs do desenho, dos odores, do carvão e das tintas. é outra escrita: o teclado! a nova melodia do sentir. sem esboço, sem odores... apenas um único som. sempre igual. sentir. sentir as palavras que não se calam. as palavras que só se escrevem no portátil mundo imaginário dum novo livro.}
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