{... todas as palavras têm cor. tal como as aldeias e as cidades, todos os bairros têm na sua arquitectura, muitas e diversas cores. só mesmo os invejosos e os pobres queixosos da sorte alheia é que vivem ausentes de cor. há também gente assim: são os incendiários da felicidade! vivem embaciados pelo brilho dos outros e secam a alegria em todo seu redor. não sei realmente qual é a cor da inveja. talvez porque nunca isolei tal pigmento na grande paleta das cores. mas, nada aqui nos anima nesse triste manifesto das emoções. aqui tudo é pleno de cor e de emoção! neste lugar sagrado - o atelier -, não há tal sentimento. misturadas as cores, todas as palavras compõem o que cada um retrata na grande floresta do pensamento. há dor, alegria, eforia, tristeza, felicidade, compaixão, solidão... mas inveja não! sabes... neste país vivem cada vez mais pessoas ausentes de cor. há demasiados incendiários da felicidade por cada Km/2. secada a sua... procuram desbravar cores alheias. se não fossem as palavras, a sintonia cromática de todas as emoções, não seriamos um país de poetas. isolados do mundo, vamos tendo consciência como é necessário combater tais incendiários da felicidade. e porque hoje as boas notícias chegam em forma de palavras escritas, todo este espaço se enche de novas cores. não há maior força do que as cores da esperança. é por isso, que todas as florestas sempre se pintaram de verde!...}
14.5.08
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comentários:
Bem observado, musqueteira: quantas pessoas existem, que deixam de colorir a própria vida, peocupados em descolorir as vidas alheias! Bom resto de semana.
viva árabe... bem verdade essa;)e vamos nós lá saber o "porque" dessa tarefa tão desbotada?!...
Musqueteira
É imperdoável que se semeie a dor com as palavras. As cores da vida devem ser vividas e partilhadas com a sabedoria dos humildes.
Abraço
viva silêncio culpado...pois a sabedoria dos humildes é a grande paleta viva neste universo das emoções. e há quem nunca as consiga ver!...
as cores e a sua importância. será vermelho a inveja?
Já Rimbaud tentatava, na sua alquimia do verbo, inventar uma paleta de cores que correspondesse a cada uma das vogais: «A preto, E branco, I encarnado, O azul, U verde», intercalado pelos ritmos das consoantes... uma mescla de cores-língua para a qual se reservava o direito de tradução.
Penso que todos temos o nosso arco-íris lexical, gramático, estilístico que, felizmente, nunca está imune a contaminações... reflexos. Apenas teme a escuridão, esse obscurantismo que retira aos pigmentos... ou aos pixéis (não, não são os peixes) a respectiva capacidade de emanar cor.
Assim, resta fazer luz sobre a cena, iluminar para que a escuridão (cega e loucamente ficcional) da inveja se ofusque e desapareça... até à próxima nuvem, ou falha de corrente.
... Musqueteira, o teu blogue transborda destas cores, como não poderia deixar de ser.
É urgente preservar a traça e cores das nossas povoações. Uma preservação da nossa memória histórica e cultural...
viv teresa... nunca isolei esse pigmento porque nunca fui animada por esse sentimento. mas... terá decerto vermelho escarlate... esse triste manifesto!
no ar puro da serra... não há cor que se avive ou deseje se cruzar com tais: incendiários da felicidade;)
viva meu querido amigo Lima! companheiro de palavras editadas em papel de revista;) há que tempos sem noticias do grande jornalista; filósofo e presente escritor. que a cor se emane sem reflexos ou contrações da semantica individualidade obscura dos incendiários da felicidade. na floresta para onde vou...serra que se veste de branco...haverá em todos os domingos...dias de visita;)fica o convite luís!
um beijo,
maria.
viva capitão-mor...que a traça e as cores se perservem;) mantenho o mesmo ideal:)
Enviar um comentário