23.5.08

Ser Exposto

{... a cor é uma manta que agasalha o que vai por dentro de cada Ser exposto. coberta a Alma, tudo o resto transparece. Ser exposto, é procurar novas roupagens. todas as palavras se podem pintar de novas cores e todos os territórios do Mundo são cobertos de panos pintados. os simbolos! quando pensamos nos agasalhos territoriais de cada Povo, observamos que todas as bandeiras são coloridas por mais que uma cor. quem pensou antes de nós em suas cores? se eu pudesse escolher as cores da minha bandeira... mudaria os pigmentos. gosto mais de azul, e o vermelho fica-lhe bem. e se um dia... todas as bandeiras renovarem a sua imagem? os símbolos são como os logotipos, e a Europa pintou-se de azul também! quando olhamos para uma bandeira, nunca pensamos donde aquelas cores vêem. o que pensava o artista até à sua escolha? conheço uma bandeira que nasceu por falta de outras cores na paleta do atelier. há também histórias assim. por vezes... é mesmo por falta de um pigmento que na arte final aprovada, é outra a cor apresentada. sabes quantos quadros são pintados pelas cores do fingimento?... são tantas as vezes que a cor falha, apenas porque ela não existe. já as palavras existem sempre. nunca é preciso ir à rua comprar litros ou kilos de letras. as palavras nunca ficam à espera. as palavras sempre acontecem no grande laboratório do pensamento. pintados os panos, ficamos sempre parados no vazio das palavras que nos fizeram alí chegar. não há cor sem texto, nem emoções sem sentimentos. em forma de quadro ou de livro: Ser exposto... é bandeira sagrada que agasalha a Alma.}

13 comentários:

llima disse...

Ser exposto: uma presença do ser, ser visto, ser mostrado, voyeur e exibicionista num só lance. É ser isso para não ser vil: servil.
Também sinto, Musqueteira, que são essas cores postas, traçadas em linhas sobre os corpos dos seres que se mostram... Que se monstram até à explosão caleidoscópica dos pixéis saturados num dispositivo-suporte sem qualidade suficente para abarcar a vida das imagens que mostram os seres.
Perdoa-me tão longa frase sem pausa para respirar ;) (mesmo em voz baixa). beijo

llima disse...

Ser exposto: uma presença do ser, ser visto, ser mostrado, voyeur e exibicionista num só lance. É ser isso para não ser vil: servil.
Também sinto, Musqueteira, que são essas cores postas, traçadas em linhas sobre os corpos dos seres que se mostram... Que se monstram até à explosão caleidoscópica dos pixéis saturados num dispositivo-suporte sem qualidade suficente para abarcar a vida das imagens que mostram os seres.
Perdoa-me tão longa frase sem pausa para respirar ;) (mesmo em voz baixa)

Bandida disse...

pode ser uma tela preta à espera das palavras dos poetas...



beijo M.


p.s.
pensei q ía ver-te lá no VV...
foi giro...

as palavras simples são as dos sábios, sempre. e mais uma vez se percebeu isso...

SILÊNCIO CULPADO disse...

Musqueteira
Interessante reflexão. Ser exposto é perder a identidade em prol duma máscara.

Abraço

SILÊNCIO CULPADO disse...

Musqueteira
Interessante reflexão. Ser exposto é perder a identidade e adquirir uma máscara.
Abraço

llima disse...

Ainda do ser exposto e da simplicidade do que é complexo, como a multitude das cores. Como alcateias de pigmentos, simplesmente postas em contraste no dia da tela escura.

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

De almas não percebo nada, nem de almas de outro mundo. Mas percebo de corpos que são entes cá da terra os quais, em se cobrindo, se expõem.

Mas vamos à vaca fria, expressão boçal que significa que a sopa ficou a arrefecer enquanto um pobre diabo se perde a discutir trivialidades. Vamos à questão das bandeiras. Eu de bandeiras sagradas não percebo nada, isso parece metafísica de agasalhar almas. Mas acredito na bandeira /que me há-de servir de mortalha / quando cair inanimado / no campo de batalha (não estou a plagiar, a parodiar ou
a citar ninguém, nem a mim próprio - saí-me assim e pronto!). Os pigmentos estão bem definidos: são os óxidos de ferro do meu sangue a esparramarem-se nos cloroblastos do relvado.

Alberto Oliveira disse...

Viva Musqueteira!

Há quem se exponha de facto e há quem se exponha com máscara. No último caso, as artes do palco são o exemplo vivo disso mesmo. A blogosfera (o virtual) veio entretanto aumentar consideravelmente o número de actores portugueses... (risos)Costumo dizer que a cada um a sua exposição... cromática. Uns mais pálidos outros mais coloridos.
Interessante a ideia de refazer as cores das bandeiras nacionais: quem sabe um belo projecto para uma instalação à séria, com uma pergunta base : "de que cor queres a tua bandeira?" Quem fosse convidado para comissariar tal coisa, bem poderia ter umas lições de esgrima...


Sorrisos e um óptimo domingo... azul, de preferência.

musqueteira disse...

viva llima... e tu que te expões nas letras?!... todas as tuas palavras são desenhadas na rota das emoções... não es verdad?! um beijo e bom trabalho... grande escritor!

musqueteira disse...

viva bandida...e que seja de negro também as novas telas pintadas!... e porque não?!
pois ao jantar não pude ir... mas é claro que as pessoas simples... são deverás especiais. o dito orador convidado é uma dessas pessoas. espero ir às tertulias em breve...quando estiver tudo aprontado na minha nova aldeia;)

musqueteira disse...

viva silêncio culpado... e tantas são as mascaras. como vai o nosso alentejo?...que saudades!

musqueteira disse...

viva perdido!... sem Alma o que seriamos?... a filosofia das emoções é mesmo deste Mundo. o que fariamos nós sem a espiritualidade? Rodin disse que se a espiritualidade não existisse ele inventava-a! como eu o entendo;) seja bem vindo!

musqueteira disse...

bom amigo legivel... essa é boa! é que eu faço esgrima ;) quanto as cores das bandeiras... concordo com a sua iniciativa. ora aberta a iniciativa a todos os artistas... bem poderiamos concorrer os dois? aguado regulamento. vamos ao desafio?! um bom dia para si;)