[...as cores podem ser açucaradas, salgadas, azedas, ácidas, quentes, frias, mornas... e ausentes no quotidiano dos nossos dias. as cores também se ingerem; cheiram-se; saboreiam-se; mastigam-se... em mil arrepios de tons! o que seria dos sabores, se todos eles fossem ausentes de cor. há na memória do açucar... sempre a presença do pigmento amarelo. mas, à mesa apresenta-se todos os dias sempre de branco. o que seria da compota de alperce, se fosse rouxa? provávelmente deixaria ter o mesmo sabor. seria geleia... ou outra coisa qualquer. teria outras memórias. outros sabores. entre a relação cor/apetite, há sempre uma selecção prévia e inconsciente dos alimentos que nos rodeiam. é curioso observar como - um determinado grupo de convidados numa festa servida em buffet-, compõem os seus pratos. eis a vertente da psicologia direcionada na selecção pessoal de cada refeição. é também o que se faz à mesa: cada prato tem um rosto. bem observados, chegamos deste modo à conclusão da personalidade de cada um. e se a vida se resumisse assim? por isso há quem afirme: que somos o que comemos. por isso, hoje vou fazer uma sopa rouxa e alimentar-me apenas de vegetais. isto porque o verde e o rouxo, traz-me à memória várias cambiantes de castanho: reais sabores do outono que se aproxima!...]
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Musqueteira
O Outono tem a beleza do entardecer e as cores da nostalgia.
A ele se associam os frutos e os sabores, com ele nos sentamos à mesa e degustamos o silêncio.
Abraço
Não deixa de ser curioso ver o Outono através dos olhos de uma pintora... até os ínfimos pormenores do dia-a-dia têm cor!
Beijinho, Maria
... viva silencio culpado e no Alentejo... se há boa mesa;)
Abraço
.... viva ana vidal, e se a cor hipoteticamente se ausentar:volta-se a pintar todos os cantos da sua eterna existência.;)beijinho, Ana!
Enviar um comentário