{... a vida é um fino e frágil feixe de luz. compartimentados todos os lumens, que dão forma à matéria no espaço: o reflexo expande-se. estende-se. dilata-se. rasgando o ar até ao seu inatingível infinito. objectivamente, a luz ganha cor. muda de forma. altera os tons. o contraste e o brilho. emite sons... dílui-se no opaco e misterioso céu. na base da nossa existência: sempre o céu. sábio povoado de ancestrais peregrinos. novamente o retorno à luz, que dá lugar à grande obra: o pluralismo das cores. a aprendizagem duma nova linguagem acontece. é o significado do fino e frágil feixe de luz. o tempo vivo no espaço. o constante retorno à forma, ao contraste e ao brilho. vindos desta dança incansável, somos diáriamente impulsionados para o vazio: o sono. a vida é um fino e frágil feixe de luz. não há viagem mais turbulenta do que esta. ao inerte estado dos corpos, o zumbido disperta-nos. a matéria é então sacudida aos repelões: sai-se do sonho e cai-se no sono. aos tropeços e na reorganização das memórias, escutam-se confusos sons. metálica é a passagem: do acordar. o reflexo espande-se. estende-se. dilata-se. rasgando o ar até ao seu inatingível infinito. sai-se do corpo e a mente divaga. flutua-se noutro tempo. objectivamente, o espaço ganha cor. muda a forma. altera os tons, o contrate e o brilho. a paralesia cessa e o corpo readquire novos movimentos. a transição da consciência traz novas memórias. novos registos. é o overlap do estado de sono e do estado de vigilia. assim se faz, todos os dias à vida novamente a grande obra: o corpo. é o nosso tempo vivo no espaço. a eterna procura do fino e frágil feixe de luz. sempre impulsionados para retornar do vazio. à forma anímica da matéria. ao pluralismo das cores: à vida. }
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11 comentários:
boa semana
Assim é... e todos os dias a Vida nos presenteia com um novo feixe de luz! :) Boa semana.
e nós voamos sempre. no grande reino de luz. e ao longo da pele.
um abraço
jorge vicente
o corpo ou a alma/espírito?
o corpo ou a alma/espírito?
e todas as manhãs
os dias
o despertar é um exercício de memória
de recuperar
de respigar
seleccionar no espaço vivido
aquilo que julgamos (ou queremos)
ser nós
aquilo que nos permite ter a noção de estar a continuar
a prosseguir
a viver
quando se trata apenas
afinal
de despertar para trás
em vez de viver e saber esquecer em frente
talvez
Sabes, Maria, quando se trata destas coisas de vigília, de sono, de insónias e despertares
ocorre-me sempre um poema do Henry Michaux
que diz ter acordado centopeia e que tropeça nos seus mil pés, nas suas patas que teimam em não ser pés.
Como será no dia em que acordarmos dipostos a aceitar aquilo que somos e não o que construímos vigília após vigília, insónia sobre insónia? quando soubermos,simplesmente, acordar?
beijo
...das perolas & granito... se fazem belas joias;)
viva árabe... e como é belo cada feixe da Luz, riscada pelo lápis da vida! ;) boa semana.
viva jorge vicente... e quando a pele se diluir no infinito: eis o grande reino da Luz!;) boa semana.
viva teresa... alma. sempre na viagem do espírito das "coisas".;)
... querido lima, adormecidos estamos aqui, perante o tão vasto universo. ontem, olhando pausadamente o céu no meu terraço... vi uma luz que se passeava. duas vezes. .perto das 20H.aparecia e desaparecia. teimosamente, por entre duas das estrelas, que dependuradas estão mesmo em cima do telhado desta casa. seria sonho acordado? talvez. nada percebo de estrelas! só sei olhar o céu. o que sonharia Henry Michaux, nos seus poemas? acordar? talvez.
um beijo, maria.
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