20.9.08

[ ...Na desigualdade dos dias...]

{... todos os caminhos nos aproximam às dúvidas do que somos e para onde vamos. se fosse fácil desenhar todas as possíveis rotas até à casa final dos nossos dias, o que fariamos ao vazio do tempo... que nos separa e nos une a um outro espaço qualquer? se a matéria das coisas fosse estática... a vida seria um perfeito desassossego. há tanta matéria neste universo! e é na volumetria do futuro que novos castelos sempre se erguem. talvez por isso, quando virados para trás no tempo ficamos, desenhamos sempre novas rotas a alcançar. o que seria da vida sem as eternas dúvidas do amanhã?... tudo deixaria de fazer sentido. sem a escalada do tempo, o espaço seria linearmente oco. sem mistério. ausente de tudo o que nos diferencia nesta mesma travessia. tudo seria aborrecidamente igual. sem formas, luz e cor. se o futuro nunca fosse questionado, a volumetria da vida nos próximos dias, ficaria desabitada de destino. é por isso que na desigualdade dos dias... tudo o que sempre nos separa, também nos une... a um outro espaço no tempo. }

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