22.12.08

[... Branco... ]

{... branco. tudo é branco. daqui, bem no alto desta serra, o mundo fica mais perto de todos os nossos desejos. que assim seja até ao próximo inverno: boas festas e feliz ano novo.]

Bjork Aurora

20.12.08

[... Serra Branca... ]

{... no pé da serra tudo é já absolutamente branco. senta-se o tempo, nós e os longos dias que virão. projecta-se a escalada da montanha e preparam-se as cores... mas, o branco da serra convida-nos ao silêncio. é entre o pé da serra e o céu que as novas cores serão pensadas. primeiro tudo é branco - o pé da serra as telas, o pensamento. depois... depois, sentados no tempo e nos longos dias que virão... a escalada das cores acontece. }

groovin-jazz

13.12.08

[... Malabaristas das Memórias... ]

{... recolhidas todas as emoções que os olhos não podem ver... por vezes, acordados somos nas atropelias do sono. sonhamos pintados porque a noite é ainda noite. densa, escura, silenciosa. ouvinte dos nossos medos. carente de cor, luz, contraste. é sempre entregues ao que somos, que voltamos novamente ao sono. repetitivamente... para que as cores não findem por completo. recolhemos emoções e apagamos-lhes todos os riscos. efectivamente, é no regresso ao sono que o entendemos. básicamente, tudo isto só faz sentido porque temos a capacidade de ver sem olhar. pensando bem, é através do sono que entregues ficamos ao que realmente somos. repetitivamente e até ao fim... somos: malabaristas das memórias.}

[Amon Tobin - El Wraith]

4.12.08

[ ... Luz & Sombras ... ]

{... no paralelismo da sobreposição de vários pontos num só traço: a forma. sombreada, diluída, ténua. o preenchimento do todo e do vazio. o invisível a forma e a matéria. novamente o ponto. a sobreposição dos traços até à saturação das cores. repetitivamente. sempre. sobrepondo a cor sobre outra cor... a cada um dos pontos que risca o traço. sempre, entre o todo e o vazio. repetitivamente... até ser tudo branco. a última cor. no paralelismo da saturação da forma sobre toda a matéria: a sobreposição de vários pontos num só traço. a luz e as sombras. o invisível. sombreado, ténuo, diluído... no ponto branco que preenche o vazio. }

Bohemian Sunset Jazzanova

2.12.08

[... montaña & realidad... ]

{ .... ao fundo de todas as estradas, a eixo de toda a imaginação: o oculto ponto preto! inatingível. misterioso. onde o futuro e o presente se econtram apenas num só ponto. únicamente e só uma vez. no oculto pendular do tempo... tudo está eternamente suspenso. na realidade, do dorso da montanha avistamos-lhe o fim. se fosse possível lá chegar, sem a grande caminhada: o mundo seria todo ele oco e vazio. no fim de todas as caminhadas, a eixo de toda a imaginação, o oculto ponto preto ganhará certamente: uma outra nova dimensão....}

[ Nujabes - reflection eternal-(PV) ]

30.11.08

[... Alvenaria dos Desejos... ]

{... rochosamente: o castelo. rochosas e azuladas pedras sobrepõem o tempo à história. a eterna conquista. escalada a alvenaria dos desejos... aviva-se a memória e erguem-se estátuas em todas as praças dos povoados. somos castelo, vila, cidade: apontamento vivo de todos os sonhos. somos heróis. estátuas de pedra. pó que sempre esvoaça na hora da queda. é no tão desejado retorno vivo do ser... que adormecidos sonhamos. }

[ Brian Eno - By This River ]

28.11.08

[ ...After Cobalt Blue's... ]

{... no depois do depois das nuvens: tudo é mais azul. e depois desse depois, o azul é mais... cobalto até ser negro. e é só no depois de tudo o que depois existe: que todas as cores desfalecem. é cedo. ainda é cedo para o amanhecer virar cobalto. porque não há depois sem tempo... e ser azul é voar mais alto. azul. azul cobalto quase negro: é cedo.}

[Emmanuel Pahud-Into The Blue-Pavane]

27.11.08

[...o Traço De Uma Carta: Luís Lima... ]

{... o traço de uma carta. estética da ecceidade. luís lima. o traço de uma carta...}

Wudasse Ethio Jazz Music-Ete Mate

[ ...Esthétique de l'Eccéité... ]

{... do seu tempo em palavras: nasce mais um livro do autor- luís lima. a escrita e a estética sempre associada às letras. as palavras. a simbologia e os relógios que nos apontam faz tempo neste percurso. faz tempo... ou nem tanto assim. já não sei! mas, é sempre bom saber que existem e entre nós... os que do seu próprio tempo: dão voz à obra. parabéns luís! http://ecceidade.blogspot.com a estética da ecceidade - o traço de uma carta, é o recente livro publicado pelas edicções minerva coimbra e bulhosa books & living, que será apresentado por luís carmelo no dia 28 de novembro às 18:30, na livraria bulhosa de entrecampo em lisboa. }

24.11.08

[ Face To Face ]

{... aqui e um pouco por toda a montanha, as casas erguem-se frente a frente. teimosamente e entre estreitos passeios desenham ruas escavadas na serra. tudo é pedra. tudo é desoladamente frio quando o sol teima desaparecer. nos próximos dias, o ar desta aldeia, ficará todo perfumado a lenha. aqui, todas as pedras ganham sempre novas formas. trazidas pela força do vento que corre veloz neste tempo - as suas sólidas texturas, são aparadas em gritos de dança. algumas, saltam pela encosta. livres. esbarrando em desconhecidas moradas. outras, as mais iluminadas, adivinham cidades imaginadas. enganem-se os que pensam que nas montanhas tudo é silêncio. frente a frente e por enquanto, é nas cores quentes que animam o calor do fogo, que escutamos e criamos imagináveis castelos de pedra. }

[ History of Western Philosophy ]

19.11.08

[... O Medo Pinta-se de Negro ...]

{... se pintarmos de negro todas as sombras que o medo contem: aniquilar-se-iam todas as emoções que nos conduzem às invisíveis portas da criatividade. o que seria do pensamento, sem contornar os misteriosos corredores do desconhecido? sem tudo isto, ausentes estaríamos da negra cor que dá corpo ao universo. quem nunca atravessou a varanda do pensamento, em enorme correria, na pressa de chegar ao reflexo dos pigmentos que por excesso ou ausência - dão forma à matéria? sem pausas. atropeladamente. deixando para trás o raciocínio puro na ânsia de mais ver. alcançada a luz: eis as formas. compreendidas numa malha geométrica. composta de infinitas linhas que na sua constante multiplicação: se criam e se adivinham em universos paralelos. mais do que isto não existe. luz e sombra. mesmo quando o pensamento se ausenta das cores: todos os receios conduzem-nos à eterna dúvida do que realmente somos. por enquanto, nas linhas que compõem o nosso vasto universo: o medo pinta-se de negro. }

[ Seal - Human Beings ]

17.11.08

[... lapis exilados... ]

{... depois do exílio que nos leva a mágicos lugares. sentam-se os lápis. a matéria adormece. a gritaria das cores finda. ficamos mudos. parados no tempo. nós e as cores. sempre à espera de novos calendários. cruzam-se luas, invernos, primaveras... por vezes, o sol é tórrido e as nuvens são serradas. tudo é branco, azul, ocre. tudo é... e voltará a ser: deserto. as tintas, as cores, o mundo. sem tudo isto - regradamente e igual - não existiríamos. completam-se os indetermináveis ciclos. até que a cor se acabe. tal como a vida: a matéria recata-se por fim no esquecimento dos dias. despedimo-nos e partimos novamente em retiro. sempre. nós e as cores. }

[ Desert Rose - Sting & Cheb Mami]

16.11.08

[... Ali... ]

{... na estrada branca que nos transporta até à cabana dos segredos, ao longue e depois de tudo isto: a serra. pintada de branco. fria. gelada. silenciosamente ali. no depois, e depois de todas as curvas. recatando a fugosa escalada. rasgando ares em direcção ao céu. tocando o vazio. sempre. silenciosamente. apontando o lugar onde todas as serras terminam. ali, no depois de tudo isto: branca. fria. gelada. }

[ Silje Nergaard ]

14.11.08

[ ... Livro Novo... ]

{... os sonhos são detalhadamente: instrumentos da recriação humana. talvez. provavelmente talvez sejam... todos eles, meros medidores da capacidade intelectual de cada um. há quem sonhe a cores. quem receba e entenda quais os caminhos que nos levam às grandes obras. quem atinga o aperfeiçoamento de tudo o que está errado, por defeito, em cada um de nós. há recados e mensagens em dialectos indecifráveis. há, tanto mistério oculto no adormecimento da consciência, que nesse universo (que não está ao alcançe de todos), cada um invariavelmente se espelha: no que realmente não se vê. desfragmentados todos os seus sinais, a tridimencionalidade do tempo, ganha sempre visíveis contornos. cores. odores. personagens. viagens. nos sonhos tudo é musicado, pintado, reescrito, vivido a desconhecidas mãos. no universo, somos à sombra de todos os seus infinitos sinais: imagens recriadas, inventadas, cópias reais dum complexo povoado. saber ler o que não está escrito, é saber interpretar o desconhecido. talvez, seja esse o novo livro. escrito noutro tempo. onde o futuro se adivinha e nos liga às páginas de um longo sono. na mesa ficam os lápis, o papel, o tempo. porque nós estamos sempre de partida. desfragmentadas todas as palavras do novo livro, os sonhos são detalhadamente: reflexo da incapacidade humana, em clarificar o grande mistério da vida. }

[Diana Krall:Boulevard of broken dreams]

13.11.08

[ Desertamos abraços de Saudade ]

{... hoje, desertámos ao sul em abraços de saudade. percorridos todos os lugares que nos prende, pintámos ventos de esperança em reconhecidas areias. por vezes, sentados na saudade, percorremos lugares felizes. esboçamos futuros quadros. sonhamos. agitamos abraços sem endereço. somos sós... porque ninguém passa nestas terras. somos, sómente sopro de cores mutantes. somos pó, porque o tempo sempre nos alcança. somos sempre, noutros tempos, memórias do que fomos. somos, tão sómente: apenas deserto.}

[ Bill Frisell ]

8.11.08

[...Passeata em Carmim...]

{... na escalada da montanha que abrigará este inverno, instalam-se impacientes todas as cores. primeiro apagam-se os registos a todas as memórias. dispertam-se imagens adormecidas e por fim... abre-se a janela em tons de vermelho carmim. brindamos. incendiamos todos os sonhos e suavizamos o frio que já acontece. hoje... certamente que hoje, já escutaremos em silêncio: alaranjados vermelhos assim. }

[ Patricia Barber - Winter ]

5.11.08

[...Infinito Mangenta...]

{... ladeados os caminhos, aclara-se o mangenta às nuvens e as cores levam-nos sempre a outros lugares. a terras desconhecidas. a recantos perdidos. a arruamentos sem fim. há instantes que se confudem com paisagens já vividas. estranhas vivências nunca presenciadas. tudo isso. há momentos, em que se vaguea o olhar no vazio do infinito. todas as viagens têm o seu mistério. neste mapa, a planície abre sedeosas ruas das chuvas que já se fazem sentir. o inverno é ainda cinza. aclara-se o mangenta às nuvens e as cores levam-nos até à aldeia do pensamento. porque, só quando virados os campos brancos é que avistaremos a curva do novo dia. no seguimento da estrada amarela, tudo vai sendo - nada é. o próximo torna-se distante e, o tempo passa devagarosamente. }

[ South-froggies ]

2.11.08

[ ... Estrada Amarela...]

{... empacotadas todas as memórias, pintamos de vivas cores, o céu que nos leva à nova casa. na viagem, transportamos caixas preenchidas de alegrias, tristezas, tintas, pinceis, vida. pintamos o céu das cores da terra e rebatemos novas saudades. vagarosamente. sem pressas. só com um único compromisso: regressar. trazer cores que preencherão outros vazios. novas caixas, casas, memórias. sem pressas. rumo à nova aldeia do pensamento. vagarosamente, saboriando o cheiro a terra. avivando as cores. retocando o vasto céu numa nova paleta de emoções. entregues ao tempo. até que se abra a porta do universo onde iremos projectar o futuro. onde as imagináveis horas, iniciam já a contagem dum outro tempo. sem pressas. só com um único compromisso: regressar. sem nunca esquecer o caminho que nos traz ao lugar donde vimos. sempre. vagarosamente. partimos. }

[ Ar Rahman ]

30.10.08

[...Somos:Paisagens Interiores...]

{... somos essencialmente - imagens que nos transportam para outras memórias. inventadas. alteradas. imaginadas. somos, essencialmente compostos de imagens. escritas. pintadas. musicadas. somos, tudo o que o silêncio nos pode dar. por isso andamos de terra em terra. no interior de nós próprios. sempre à procura de novas paisagens. essencialmente, ao encontro de tudo aquilo que os olhos não desvendam num simples olhar. é exactamente isso que nós somos. condenados ao silêncio que nos leva às inúmeras páginas que completam a obra. somos paisagens interiores projectadas na tela, no papel, na pauta, no écran. somos, procura eterna do silêncio. no sono. na vida. essencialmente feitos de imagens escritas, pintadas, musicadas e animadas pelo misterioso universo do pensamento. somos tudo isso e muito mais... quando essencialmente ficamos em silêncio.}

[ Lobo Antunes: Insónia ]

28.10.08

[...Sono Profundo...]

{... sucumbidos na transparência de todo o raciocínio lógico: caímos em sono profundo. desse enigmático universo trouxemos flores. jarros vermelhos. pinceís. nuvens ogivais enroscadas em escamas amarelas. brilhantes novelos densos. fechados. coloridas areias do deserto. hoje, voámos deitados. nós: o pensamento. o mundo. sem raciocínio lógico. sucumbidos à pura imaginação do sábio vazio. todo ele tão misteriosamente preenchido. colorido. abrilhentado de novos sonhos. tudo sempre em movimento. inventamos imagens. fazemos descobertas. pintamos sonhos. saímos do sono profundo. trazemos flores. jarros vermelhos. pinceís. nuvens ogivais enroscadas em escamas amarelas. brilhantes novelos densos. fechados. coloridas areias do deserto. extensos corredores de luz e tantas outras coisas jamais pensadas. chegamos. da viagem, que nos traz sempre ao mesmo lugar- retomamos o raciocínio. surgem as primeiras memórias. desnovelamos imagens e significados aos sonhos. ficamos adormecidos. entregues ao raciocínio lógico. sem nunca sabermos - o que realmente anima - o enigmático caminho de retorno, quando deitados voamos. }

[ Zap Mama - Brrrlak ]

27.10.08

[... Dançatriz ... ]

{... rodada a saia. soltámos sonhos. dançámos a vida em bordados desejos. somos todas as cores. vivemos assim na dança da vida. incansávelmente até que o pano ceda. se rompa no tempo. aqui. onde o vento traz memórias de todas as horas. dançadas. em solitárias águas agitadas de prazer. soltámos sonhos. atravessámos rios. abrimos novas fronteiras. dançámos de todas as maneiras. incansávelmente até que o pano ceda. se rompa no tempo. aqui. dançamos a vida. pintada de todas as cores. bordamos desejos. rodopiamos memórias. dançamos sonhos. sempre. enquanto é tempo: vivemos assim. }

[Jimpster Feat.Capitol A.Left and Right]

26.10.08

[ ...Fisiologia do Ser... ]

{... se pudessemos rebater o futuro, na sombra do que somos, a encruzilhada desta viagem deixaria de fazer sentido. tudo está teimosamente decidido assim. somos o que nunca se é realmente, porque no relógio do tempo, somos sempre sombra do já que fomos. essencialmente, somos desenhadores de outros mundos. ser mais do que isto... tudo deixaria de fazer sentido. todos os sonhos ficariam adormecidos. enterrados nas areias do desejo. guardados para uma próxima viagem. suspensos na superfície do tempo. tudo está decidido assim. somos desenhadores de outros mundos. projectamos o futuro na poeira do que somos. sempre entregues à aventura do presente. condenados a dobrar todos os medos. teimosamente à espera de novos mundos. sempre. teimosamente. porque somos muito mais... do que todos os medos sombreados à superfície do tempo. }

[ Yann Tiersen: Rue des Cascates ]

25.10.08

[ ...Laranja é o círculo... ]

[... dizem que laranja é cor quente. dizem... porque o sol assim se pintou. jogada a mão à caixa da vida: somos sempre a primeira cor. aquela. a do momento. seja cor pedra, gelo, planta, céu, morte, eforia, tristeza ou da cor do nada. a do momento. aquela que nos fecha num semi-círculo por breves segundos. que nos projecta e nos transforma em outras ambiências. diferentes, iguais, parecidas. dizem... dizem que já tudo está inventado. o círculo, o quadrado, as cores, os sons - a vida. o vazio. se não fosse a caixa da criação, nada era quente em vez de frio. tudo seria indiferentemente concentrado em apenas um único ponto. em coisa nenhuma. no tom do momento. na primeira cor do que somos!... }

[ Luis Represas - Sagres ]

23.10.08

[... Solids Sounds ...]

{... desafiadas as cores, surgem sempre inventadas escolhas. aberta a caixa da vida, a paleta das emoções ganha novas e multiplas sonoridades. é nela, que diáriamente escolhemos a cor do nosso próprio risco. teimosamente. sempre. em passagem entre o inacabado e o perfeito. mergulhados na paleta intimidatória da vida: à espera. olha-se e risca-se. ouve-se e traça-se. dedilhadas as emoções: observa-se. afiam-se os lápis e depois... que o amanhã abra novos dias. teimosamente. sempre. porque quase nunca se dá conta - de que cor se pinta a vida -, em cada dia que passa... }

[ Brian Eno & Nitin Sawhney ]

20.10.08

[ ... Sonata em 3/4 de Azul...]

{... desafiadas as cores, tudo é o que entendemos que seja. lançados rumo ao céu, num salto de costas livres, rasgam-se todas as leis do universo. é assim que a imaginada viagem sempre começa. misturam-se as cores. invertem-se os significados. o desejado vira deserto e o improvável acontece. nessa impartilhável fracção do tempo, o extinto azul do mundo abre um outro céu. em piroetas azuis rasgamos a densidade das ideias. tudo é o que entendemos que seja. todos os tons se diluem... e o tempo traz o laranja, o ocre e o cinza às zangarias do momento. não há horizontes fixos nem dimensões pré-estabelecidas. não há preguiça que vença a vibração das cores. assim se fica em voo aberto até que a imaginação cumpra novas promessas. o voo faz-se. assim se fica. atentos. sempre atentos ao esperguiçar das novas cores. até à próxima primavera o voo faz-se em piroetas azuis. à espera dum novo céu. misturam-se as cores. invertem-se os significados. o deserto vira desejado. até que tudo esteja pronto... tudo é o que entendemos que seja. tudo é allegro, vivace, appassionato... misterioso!}

[ 3 Pianos Sonho dos Outros:Sassetti]

17.10.08

[ ...Semitom das Cores...]

{... e todos os dias se pousam os pinceís. aguarda-se a secagem das telas e observa-se o universo criado. escuta-se a musicalidade da cor, ao ritmo de um outro universo que já acontece. nessa dança... que nos faz saltar para o telhado dos sonhos: o céu fica sempre mais perto. todos os dias. a todo o tempo. olham-se as cores. aos pares. isoladamente. frente a frente. lado a lado. animadas em ritmos abstractos. pousados. agitados. por vezes, adormecidos no outro lado do sono. isoladamente embalados. todos os dias. porque... na dança das cores a vida esplode: a magia acontece.}

[ Nouvelle Vague..."dance with me"]

16.10.08

[... Distâncias ...]

{... tabuada a vida, todos os caminhos nos levam à incógnita do destino. é, nessa incógnita, que o tempo divide a raiz: do que somos. porque... se à soma da distância percorrida, multiplicarmos a viagem: só o desnecessário é subtraído. }

[... Matthaus Passion ...]

15.10.08

[ ... Adivinhação do Sono... ]

{... recaídos na horizontal, os corpos sonegam novas experiências. o que seria do pensamento sem a misteriosa extensão da vida: o sono. matizadas as cores, fecha-se os olhos e a viagem dá-se à adivinhação. desabrigados do que somos: viaja-se no futuro, passado, presente. movimentos estaticos traduzem invisíveis voos. recortam-se desejos. assaltam-se memórias esquecidas. trazem-se recados. avistam-se estranhos momentos que ganham reflexo no espelho do que somos. será que ficamos parados no tempo, sempre que entramos na misteriosa extensão da vida? sem resposta. apenas conhecemos o corpo e a alma. ambos, entregues à distorção do tempo e do pensamento. prefazendo todas as fases do sono. sem ideias. sempre estaticos. até que se queira acordar e o corpo responda. passagem que nos faz abandonar a longa divagação do eu. entre a alma e o corpo. deitado sobre si mesmo. sem pensamento, imagens, sons, sensações... divorciados da imaginação. que outra extenção da vida teríamos de inventar, para substituir o universo dos sonhos? nada. a realidade, tornar-se-ia um enorme vazio. acordar primeiro que o corpo, é desvultar a neblina do que somos. é acreditar na continuidade da única coisa que nos leva à imaginação: a alma. sem ela, jamais sentiríamos o desapego do corpo; a sensação de retorno; o regresso dos sonhos. dizimadas todas as saudades, talvez não quisessemos voltar. talvez... porque não podemos ficar recaídos: na horizontal para sempre. }

[...Yoshiki ...]

14.10.08

[... Loreta Lorenzon... ]

{... da argentina, loreta lorenzon enviou notícias da sua obra. as palavras remetem para um site. abertas as cores que traduzem a sua arte: sentei-me literalmente na obra. há, entre os seus quadros, cadeiras pintadas que se revestem de múltiplas cores. recorta-se a tela. isto porque, nem todos os quadros estão fixos à parede. é uma forma, que a própria forma encontrou, para intervir nos objectos do quotidiano. tingido o pano, agrafa-se à madeira e a própria tela expõe-se. o objecto abre outra dimensão. no mundo das volumetrias tudo é possível. tudo é imaginável na arte. tudo se pode repetir vezes sem conta. reproduzem-se réplicas da obra ou apenas e só: uma única vez. é o que acontece quando as cores se abrem às fusões artísticas. foi assim que li as cores de loreta lorenzo. nas cidades povoadas, os objectos do quotidiano cobrem-se de vivacidade. criam-se personalidades próprias nas arquitecturas de cada um. isoladamente. caso a caso. recorta-se o original e criam-se universos personalizados. peça a peça. objecto a objecto. porque... abertas as cores: a obra nasce. e vezes sem conta, sentados na ideia: o mundo revela-nos. aguarda-nos. observa-nos. reencosta-se em cadeiras pintadas, à espera que a obra aconteça. nós e ele. no único ponto, que em toda a sua imensidão: tudo é cor. }www.loretalorenzon.com.ar

[... Pablo Ziegler ... ]

13.10.08

[... Tempo a tempo... ]

{... desenrugado o grande pano das memórias, surgem imagens esfaceladas de um outro tempo qualquer. tudo é abstrato. as composições cromáticas degastam-se e as palavras esbatem-se. no vasto pano do tempo, tudo é supostamente riscado vagarosamente. tudo é... traço a traço. tempo a tempo. uma cor de cada vez. abstraídos dos gestos e da consonância das linhas: tudo é abstracto. molda-se a luz. aviva-se o contraste e retira-se o excesso. risca-se novamente. os traços sobrepõem-se e preenchem o vazio. tudo é supostamente riscado devagar. tempo a tempo. diluídas as antigas cores, os pigmentos apontam a memória de outros dias. traço a traço. tingem-se linhas e as formas ganham novas volumetrias. as tonalidades do tecido que nos compõe, nunca se desajustam. segregadas as cores, a conscistência dos sonhos amplia o espectro da vida. é nessa eterna descoberta que a imaginação é estimulada. tudo é abstrato. molda-se a luz e novos universos dão lugar a outros tempos. traço a traço. vagarosamente. preenchendo o vazio de vivacidade. porque... tudo é abstrato! o que seria do mundo, se todo ele fosse uniforme?... certamente que adormeceríamos para sempre. ausentes de cor. sem memórias. reencostados nas sombras da sonolência. }

[Joey Baron+John Zorn MASADA.Beeroth]

10.10.08

[ ...Aritmética dos Sonhos... ]

{... o céu, está sempre aberto aos nossos acrobáticos voos. à medida que nos aproximamos, tudo é (-) infinito. o pensamento deixa de ter importância. a realidade é outra. o desconhecido passa a encosta do horizonte, e desenrugam-se as incógnitas: do que somos. será mesmo que o universo tem fim? se pudessemos abrir-nos ao céu, sempre que assim quisessemos voar... há muito que estaríamos no limiar do (+) infinito. é nessa discordante aritmética que a vida encorpa alguma lógica. onde, se podem encastelar todos os sonhos. sem divisões, nem subtracções. apenas, na multiplicação das suas mais desejadas variantes. até lá, todas as horas ficam suspensas. como são sábias as poeiras que anuviam o futuro dos próximos dias... se o céu não estivesse aberto a novos voos, à medida que nos aproximamos, do que somos: o pensamento deixaria de ter importância. o implacável universo da criação nublar-se-ia. tudo deixaria de fazer sentido. sem imaginação, a vida era certamente muito mais entristecida. tudo seria infinitivamente sempre igual. tudo. sem (+) nem (-) de tudo: o que ainda não somos. }

[ Rocky Marsiano Live at Interparla.08 ]

9.10.08

[...Aneís de poeira azul: dão lugar ao 1º Sono ... ]

{... nos sonhos, tal como no universo, há inúmeros aneís da poeira, imagens e sons, que compõem o grande dicionário da linguagem das cores. lá... nesse arquipelágo do desconhecido, todas as visões são armazenadas, no hemisfério direito do nosso cérebro. e há ainda quem diga que a alma está no cérebro! que assim o afirma, é eduardo punset, no seu mais recente livro: "A Alma está no Cérebro". posto isto, o que será então dos cegos, cujo universo das percepções, são certamente bem diferentes às nossas?... francamente ainda não o li. mas, tenho-o já comigo, para quando ausente dos sonhos estiver, iniciar atentamente a sua leitura. isto porque, na recente entrega cromática, à pesquisa dos novos conteúdos que fazem nascer as novas obras: tudo se interliga. é como que... e quase por milagre, todos os assuntos fossem: o misterioso arquipelágo dos sonhos. da curiosidade ao conhecimento, e estafadas todas as realidades que os nossos olhos podem alcançar: viramo-nos para os infinitos aneís da mente. na procura das cores que subrepõem a lógica dos seus mútiplos significados, em todas as fases do sono. no 1º sono, há areias de poeira azul que gradualmente e em paralelo, nos levam a outras cambiantes, até que se termine o seu grande ciclo. sonhar a cores é desembarcar todas as noites, no grande mar azul estrelar!... ontem, aneís de poeira azul, deram lugar ao 1º sono. depois... os sonhos. no lugar, onde tudo acontece: no fascinante universo da nossa mente. }

[ ...No 2º Sono: De ocre se pinta o Vento... ]

7.10.08

[... Primeiro: Surgiram as Cores ...]

{... e primeiro surgiram as cores!... no vasto manto negro do universo, no início de tudo, e na continuidade do visível, daquilo que vemos e que se atraí, à poeira que se agrupa na dança infinita da vida: as cores vingam primeiro no grande mapa do espaço. se as cores não existissem, o universo não tinha lugar na escala da nossa existência. o que seria do espaço sem matéria?... e se a matéria não tivesse cor? deixariamos de ver o que realmente existe... a vida, provém duma cadeia de coloridas cordas. aqui, em nós e no espaço. deus queira que as cores nunca se saturem. que as cambiantes do seu espectro continuem a gerar novos tons. novas formas de energia nas suas alternativas redes. que a cadeia não finda. nunca finda. nos seus mais excêntricos e existentes pantones! no vasto manto do universo, haverá ainda certamente, muito tecido livre à espera da dança das cores. que mais podem querer os pintores, se o próprio universo disperta a inspiração criativa, na selecção cromática em toda a sua matéria? que mais cores existirão para além do que os nossos olhos podem alcançar?... se pudessemos também nós, colorir a sua matéria longínqua, há muito que garridas cores estariam bordadas, no seu extenso véu. talvez seja por isso, que somos também nós, mera poeira sempre à espera - que no final de tudo -, sejamos então nós e no espaço: a continuidade do visível!...}

[... as cordas do universo... ]

5.10.08

[ ... A Idade do Sonho Português... ]

{... concretizado o sonho, portugal tornou-se real há 865 anos!... há também sonhos assim. há sonhos que se concretizam para além de todas as regras que condicionam a impossibilidade dos nossos desejos. refeitas as memórias que nos levam a concretizar o desejo à ideia, o passado projecta-nos no futuro. só assim o presente ganha sentido. sem as memórias do que somos, como poderiamos continuar a sonhar? tudo seria absurdamente virtual e deixaria de haver mais mundo neste mesmo mar que nos concretizou. e vamos sonhando sem a noção da idade dos dias, porque novos mundos dão à sede da descoberta: novas conquistas do saber. por isso, navegamos faz anos! cantamos em vida a portugalidade e com ela sonhamos juras de liberdade. foi assim que há 865 anos alguém sonhou. secretos castelos de desejos foram erguidos e novos mapas vencidos. portugal assim se fez! deixada a saudade à proa, partimos de lisboa... rumo a novas terras, por tanto e com elas se sonhar. benditos navegados sonhos nossos, que de tantos feitos gloriosos, deram nobre alma ao povo português. o que seria de nós se assim alguém nunca tivesse sonhado? sem eles, a missão de todos nós, desapareceria neste original universo, aparentemente construído nas misteriosas ilhas da nossa fantasia. tornar real o sonho desejado, foi sempre a nossa maior aventura!... é exactamente por isso que hoje se cumprem: 865 anos do sonho real de um grande português!... }

[...O Infante... ]

4.10.08

[ ...O Leitor dos Sonhos... ]

{... a capacidade mnemônica tem misteriosas variantes. tudo o que se sente, vê e ouve... é também reproduzido ( tal como os filmes), no grande universo dos sonhos. deles, só recordamos fragmentos da sua complexa construção. todos os movimentos são sugeridos, por desconhecidos mentores que nos ligam, ao diálogo das diferentes e opostas emoções. desfagmentadas as imagens, tudo se liga e acontece. arrastam-se os movimentos sem imposições ou regras. os frames, sobrepõem-se à leitura lógica dos objectos no espaço e eis-nos perante um promissor registo criativo: a informação pessoal, chega à fronteira selectiva das nossas memórias. capta-se isoladamente cada detalhe e amplia-se até a imagem esbater em nós a sua própria resolução. criam-se novas linguagens e correntes artísticas. rasgam-se todas as colagens contemporâneas e volta-se ao início. ao estado primário da cor, da luz e da sombra. todos os dias se parte para outro lado qualquer à procura de um novo ponto de fuga. um dia, certamente que existirão outros meios, para reproduzir todo este universo em suportes informáticos: o leitor de sonhos. posto no mercado, o mundo jamais será o mesmo. se tudo fosse assim, quem não gostaria de ter o seu próprio leitor? até lá... faz-se a manutenção mnemônica, enquanto houver tempo para pensar... no que se sente, vê e ouve... durante a projecção de cada sonho, no grande ecran da vida.}

[...Svefn-g-englar... ]

1.10.08

[ Lucid Dreams * Sonhos Lúcidos ]

{... quebrada toda a turbulência do Sentir: a alma abre um novo universo. sonha-se. é o estado da diluição do Eu, e tudo o que nos rodeia. as cores alteram os seus significados e adquire-se pontualmente o desconhecido. afinal, as sombras são medos que se escondem de nós e do ruído dos dias. esbatidos todos os medos: flutua-se. e sempre envoltos de originais pantones, a velocidade do Eu alcança rápidas tonalidades. tudo é novo. tudo é rápido. tudo é veloz. saídos de todos os contextos, esfolheam-se páginas novas do mistério da vida. o azul impera! os contrastes das formas e dos objectos, difundem-se numa espécie de ar líquido. apesar de nunca se saber qual a verdadeira missão desta viagem, agarra-se no novo livro... e lê-se. sofregamente antes que tudo acabe. tudo se evapore. e lê-se sem medo que o azul primário, esbata de repente noutro pigmento e se dilua noutra cor qualquer que não fazia parte da nossa paleta inicial. nos sonhos, nunca sabemos se fomos nós ou se a foi a cor que nos escolheu. alteram-se as imagens e desenham-se novos caminhos, riscados em requeridas emoções. nos sonhos lúcidos... nesse universo multidimencional, há quem consiga interagir e alterar a textura de cada enredo. estimulada a nova visão da consciência, surgem contornos únicos, que do aparente estado de adormecimento, ganham novos e vivos ritmos. novos diálogos. para alguns... o argumento original, regateia sempre o fim de cada estória, com quem sonha. é então que a arquitectura do cérebro é animada e a criatividade aumenta. tudo pode passar a amarelo e refazem-se as imagens antes que tudo desapareça. antes... que se suma e se evapore para sempre: toda a nossa capacidade de sonhar.}

[... Milosh... ]

29.9.08

[... A Dança das Marés... ]

{... adormecidas as imagens, a água inunda as memórias do que fomos. à noite, as praias despem-se dos ressequidos e extensos areais. é a dança das marés. animada a maestria das emoções, revoltas são as ondas, que vezes sem conta, chegam ao limite das nossas praias. avivam-se as memórias, largadas faz tempo, em bancos esquecidos, das nossas outras passagens. estranhos contrates acontecem e o pensamento fica volúvel à imaginação. sonha-se. fazemo-nos à nova terra descalços das mundanas arrelias. lançamo-nos ao mar. sem medo. porque nele, não há barcos que acabem: sempre a naufragar. afinal, também nós somos feitos de água. mergulhados no presente, o passado evapora-se nas mesmas ondas que nos levam até ao futuro. porque só o fim nos completa. estranha dança essa, que de tão incerta, ainda tanto tem... e dizem que tudo o que se vive durante o sono: é como se nada fosse!... mas é nesse nada, que se abrem desconhecidos mapas e a viagem começa. sonha-se com novas ilhas: riscadas a giz e baptizadas a sal. e ali ficamos. nós e elas, vindas do sonho e do fundo dos mares. porque só nos sonhos, as ilhas são para sempre dançadas e pintadas em águadas de mil miragens. por isso sonhamos. sonha-se... e a terra foi-se. }

[...Adriano Adewace...]

28.9.08

[... Viagem Astral: Overlap do Sono... ]

{... a vida é um fino e frágil feixe de luz. compartimentados todos os lumens, que dão forma à matéria no espaço: o reflexo expande-se. estende-se. dilata-se. rasgando o ar até ao seu inatingível infinito. objectivamente, a luz ganha cor. muda de forma. altera os tons. o contraste e o brilho. emite sons... dílui-se no opaco e misterioso céu. na base da nossa existência: sempre o céu. sábio povoado de ancestrais peregrinos. novamente o retorno à luz, que dá lugar à grande obra: o pluralismo das cores. a aprendizagem duma nova linguagem acontece. é o significado do fino e frágil feixe de luz. o tempo vivo no espaço. o constante retorno à forma, ao contraste e ao brilho. vindos desta dança incansável, somos diáriamente impulsionados para o vazio: o sono. a vida é um fino e frágil feixe de luz. não há viagem mais turbulenta do que esta. ao inerte estado dos corpos, o zumbido disperta-nos. a matéria é então sacudida aos repelões: sai-se do sonho e cai-se no sono. aos tropeços e na reorganização das memórias, escutam-se confusos sons. metálica é a passagem: do acordar. o reflexo espande-se. estende-se. dilata-se. rasgando o ar até ao seu inatingível infinito. sai-se do corpo e a mente divaga. flutua-se noutro tempo. objectivamente, o espaço ganha cor. muda a forma. altera os tons, o contrate e o brilho. a paralesia cessa e o corpo readquire novos movimentos. a transição da consciência traz novas memórias. novos registos. é o overlap do estado de sono e do estado de vigilia. assim se faz, todos os dias à vida novamente a grande obra: o corpo. é o nosso tempo vivo no espaço. a eterna procura do fino e frágil feixe de luz. sempre impulsionados para retornar do vazio. à forma anímica da matéria. ao pluralismo das cores: à vida. }

[ Steve & Marc Anderson: Choying Drolma ]

27.9.08

[... O ofacto dos traços... ]

{ ... composto o cenário que nos leva ao novo mundo riscado pelos traços. as cores dão lugar a novas amizades. esboçados os primeiros personagens, nascem ilhas de novos sorrisos. no grande mar do pano cru da tela branca, o novo mundo começa então a ser pensado. pausadamente sem pressas. sem tempo. sem rotas ou mapas. há nesta grande travessia, conhecidos odores em todos traços. porque... todas as cores têm cheiro próprio. se as nossas memórias não tivessem odores, todas as cores seriam escolhidas aliatóriamente. só que nada disso acontece! primeiro o branco dá lugar ao negro. tudo é contraste de si mesmo. só as linhas pretas riscam novos rumos. recolhem caminhos. são os dias solitários na arte de bem navegar. depois, embarca-se num mar que revoltuosamente riscado: nos leva sempre a um mágico lugar. só a sorte é composta de riscos que subrepõem tudo o que é lógico. abrem-se novas fronteiras, entre os odores e o espaço. surgem novas linhas que nos fazem voar. e vamos assim... de tão mergulhados na pressa, ao novo mundo chegar. se o mundo não fosse riscado por nós, todas as cores deixariam de existir, no vasto mar da tela branca. toda a travessia é imaginada, pensada, riscada, vivida: de isoladas memórias. entre os odores e o espaço do novo mundo, nascem novas ilhas de sorrisos... porque hoje, todas as cores têm cheiro próprio. }

[ Frederico Corado: Apresenta!...]

26.9.08

[ A viagem editada. ]

{... maria quintães e joao concha, convidam-nos a ler e a ver, a escrita e a ilustração publicada em forma de livro. é a "apoplexia da ideia" editada pela papiro editora, que lauro antónio hoje apresenta na fnac. é por vezes o que acontece quando uma "bandida" (nome do blog de maria quintães), se cruza com um "intruso" ( nome do Blog de joão concha), através das novas formas de comunicação. trocadas as palavras escritas em desenhadas horas de plena criação: da ideia se faz o livro. um desenho. uma história repleta de complexos personagens. por vezes... apenas figuram as palavras. recortes passageiros de emoção. sentimentos. fragmentos do Sentir. outras vezes são apenas cores. verdadeiros estados de alma. na realidade a grande mala desta viagem tem um único destino: o da criação. o resto... o resto são ciclos descritos em desiguais mil e tantas folhas. sem o tempero que nos leva a tais condimentos: das letras e dos pigmentos, ficamos nós, cansados de viver. cansados?... nunca! só quem pensa que não há lugar para novos desafios, é que já morreu faz tempo. como é bom saber que estamos vivos... sempre!..}

[... Apoplexia da Ideia ...]

25.9.08

[ FICAP: Dirigido por Frederico Corado! ]

{... Dirigido por Frederico Corado, o FICAP - Festival Internacional de Cinema de Artes Performativas apresenta a sua “edição zero”, que desde o passado dia 20 de Setembro decorrerá até dia 28 de Setembro (Domingo), no Museu Nacional do Teatro, em Lisboa. Tendo como foco principal as artes performativas, como o teatro, a música, o circo e a dança, o festival não deixa de ser uma janela para as outras artes como o próprio cinema, mostrando o que de melhor se faz na 7.ª Arte em todo o mundo. O festival pretende realizar as secções oficiais de competição, que se dividem em várias partes: documentários (biografias, making of, etc), espectáculos gravados, ficção e as artes performativas enquanto ferramenta usada pelo cinema e o audiovisual. Haverá ainda secções informativas com homenagens e retrospectivas, sendo escolhidos todos os anos autores, actores, músicos, coreógrafos ou bailarinos, companhias de circo ou teatro, estilos ou géneros diferentes. Para além de toda esta programação haverá ainda extras com concertos ou espectáculos, exposições, colóquios, debates ou conversas. Frederico Corado fez a sua aposta! Um investimento pessoal que pretende divulgar as diversas áreas artísticas, que se inserem na moldura das artes performativas.
Em http://lauroantonioapresenta.blogspot.com,Lauro António,descreve o retrato do que tem sido (para alguns), a cultura Portuguêsa: (...) "Depois há ainda a alegria de ver o filho a singrar caminho solitário. Feliz. Sem um euro no bolso. Mais um a funcionar como mecenas da cultura em Portugal." Ao Frederico Corado, as melhores felicidades pela iniciativa apresentada e que promove em território nacional. E porque ainda vamos a tempo de participar no Festival, é através do Site: www.ficap.pt, que ficamos a saber toda a Programação do FICAP, que acontece na Estrada do Lumiar Nº 10, no Museu Nacional do Teatro, e ainda peloTel: (+351) 217 567 410/9 }

[... A caminho de Santiago...]

{"... e espera que passem peregrinos que vêm de Roma para Compostela, aqueles vis danados que nunca quiseram vender a alma em troca do meu condão." - antigo Livro de S. Cipriano, de N. A. Molina. http://acompostela.blogspot.com/... é um dos blog's do fotografo lourenço de almada, onde entre tantos outros detalhes, testemunha o seguinte: (...) No meu ponto de vista, então para ser considerado um verdadeiro Caminho de Santiago, além ter de ser coerente com os registos documentais e monumentais que permitam fundamentar o trajecto, que é o garante da sua autenticidade histórica, deve acima de tudo, tal como antigamente, proporcionar a quem o percorre o contraste com a vida citadina. Para ser um sucesso exemplar no convite ao retiro e ao recolhimento interior, tal como sempre foi, tem de oferecer a serenidade e o ambiente que se vivia no passado e que se quer continuar a reviver. Para isso, sempre que possível, devem-se tentar evitar todos os factores que não se adeqúem nada com ele e que sejam motivo de stress, de pressa e de competição, visíveis na tensão dos rostos e agressividade das pessoas. Todos eles são consequência dos malefícios e exageros da vida moderna, visíveis no trânsito motorizado, nas zonas urbanas mais poluídas ou industrializadas e nos excessos de um conforto ilusório de uma hotelaria descaracterizada e desprovida de humanismo, para com o seu semelhante.” escreve lourenço de almada na busca do contraste que povoa a alma do peregrino na eterna busca do seu "eu".]

[... Let the sun guide you...]

24.9.08

[...Sabores Nacionais Ilustrados...]

{..."À porta do lagar, num gesto todos os anos repetido, o homem mergulha o naco do pão caseiro na malga e quando o retira, dele se escapa um fio dourado de onde se desprende o odor inigualável da azeitona, prensada segundo os métodos mais tradicionais. É um momento solene, este da prova, que descobre novos mundos dentro do mundo do azeite. Cru, em saladas, nos gaspachos e nas tibornas, ou então nos assados, nas migas e açordas, nas bolas e folares, nas sopas, nas caldeiradas, nos escabeches, na doçaria, ou na conservação de alimentos. Um tempero caractrístico da nossa vida. Foi há pouco tempo que deixou de iluminar as casas e ainda hoje a sabedoria popular o prescreve como cicratizante. Após décadas de adormecimento, assiste-se hoje a um regresso às origens, com lagares artesanais a serem recuperados e as pedras que voltam a espremer a azeitona e a transformá-la num verdadeiro ouro líquido. Longe de nós querer pô-lo com os azeites, só gostaríamos que provasse os nossos. in " O Ribatejo na sua riqueza interior"/ Almotolia de Mestre Serrasceno de Abrantes...}

[... Mil tons de sabores!...]

[...Dourados são os Rios de Portugal...]

[...Na rota dos temperos...]

[...O Senhor dos Azeites...]

23.9.08

[...As Cores Açucaradas do Outono...]

[...as cores podem ser açucaradas, salgadas, azedas, ácidas, quentes, frias, mornas... e ausentes no quotidiano dos nossos dias. as cores também se ingerem; cheiram-se; saboreiam-se; mastigam-se... em mil arrepios de tons! o que seria dos sabores, se todos eles fossem ausentes de cor. há na memória do açucar... sempre a presença do pigmento amarelo. mas, à mesa apresenta-se todos os dias sempre de branco. o que seria da compota de alperce, se fosse rouxa? provávelmente deixaria ter o mesmo sabor. seria geleia... ou outra coisa qualquer. teria outras memórias. outros sabores. entre a relação cor/apetite, há sempre uma selecção prévia e inconsciente dos alimentos que nos rodeiam. é curioso observar como - um determinado grupo de convidados numa festa servida em buffet-, compõem os seus pratos. eis a vertente da psicologia direcionada na selecção pessoal de cada refeição. é também o que se faz à mesa: cada prato tem um rosto. bem observados, chegamos deste modo à conclusão da personalidade de cada um. e se a vida se resumisse assim? por isso há quem afirme: que somos o que comemos. por isso, hoje vou fazer uma sopa rouxa e alimentar-me apenas de vegetais. isto porque o verde e o rouxo, traz-me à memória várias cambiantes de castanho: reais sabores do outono que se aproxima!...]

22.9.08

[...Hoteles del Artes... ]

{... "A todos nos han cantadoen una noche de juergacoplas que nos han matado", dijo Manuel Machado, y todos hemos visto en un lejano hotel, en un viaje quizá ya olvidado, un cuadro en una sala o en un corredor de cuya belleza aún nos estamos acordando, coplas pictóricas que nos han dado la vida, la alegrí­a, la nostalgia, la añoranza, la felicidad. Cada hotel es una obra de arte, un mundo en miniatura. Que el arte vaya a los hoteles, que los artistas sean huéspedes estables con sus cuadros es como devolver la espuma al mar, el sol al atardecer, el agua al río. Arte dentro del arte. in Antonio Burgos ...}
ancoradas as cores em novas salas: o sono dá lugar ao grande arquipélago dos sonhos. na mala abre-se o mapa: http://demos.innovatd.com/hoteles/home.asp
{... Un archipiélago libre e independiente en el océano de la hotelería peninsular, nutrido de establecimientos hoteleros que funcionan “por amor al arte” y que ganarán mucho atractivo frente a su clientela mediante el intercambio de obra artística. Un archipiélago de ínsulas Baratarias comunicadas por puentes que mueven sus colecciones particulares, abren contactos con artistas locales, abarcan un público más amplio de degustadores plásticos y entretejen una madeja de ideas según la voluntad y posibilidad de cada hotel unido a la red. in Fernando Gallardo...}

20.9.08

[ ...Na desigualdade dos dias...]

{... todos os caminhos nos aproximam às dúvidas do que somos e para onde vamos. se fosse fácil desenhar todas as possíveis rotas até à casa final dos nossos dias, o que fariamos ao vazio do tempo... que nos separa e nos une a um outro espaço qualquer? se a matéria das coisas fosse estática... a vida seria um perfeito desassossego. há tanta matéria neste universo! e é na volumetria do futuro que novos castelos sempre se erguem. talvez por isso, quando virados para trás no tempo ficamos, desenhamos sempre novas rotas a alcançar. o que seria da vida sem as eternas dúvidas do amanhã?... tudo deixaria de fazer sentido. sem a escalada do tempo, o espaço seria linearmente oco. sem mistério. ausente de tudo o que nos diferencia nesta mesma travessia. tudo seria aborrecidamente igual. sem formas, luz e cor. se o futuro nunca fosse questionado, a volumetria da vida nos próximos dias, ficaria desabitada de destino. é por isso que na desigualdade dos dias... tudo o que sempre nos separa, também nos une... a um outro espaço no tempo. }